Sheki, no norte do Azerbaijão, organiza, este ano, um grande festival dedicado ao artesanato. Em 2016, a cidade é também capital cultural do mundo turco.
A organização do evento convidou artesãos de todo o país. Ayaz Mecidov fabrica instrumentos de música.
“Trata-se de um instrumento antigo do Azerbaijão. O corpo é feito de madeira de amoreira. A outra parte é feita de madeira de castanheiro e o centro é feito a partir do coração da vaca”, explicou o artesão e instrumentista.
Maarif Aliyev vem da aldeia de Lahic e aprendeu a profissão com o pai. “O tempo de fabrico depende do tamanho do objeto. Preciso de um dia para fabricar esta taça e dois dias para ornamentá-la. Para fazer este prato, preciso de, pelo menos, quatro ou cinco meses”, explicou o artesão.
A gastronomia foi um dos destaques do evento. O público pôde, por exemplo, provar o prato tradicional “kutaby”.
Um grupo de mulheres mostrou o processo de fabrico de um par de meias de lã.
“Lavamos e secamos a lã. Depois penteamo-la e pomos de parte o que precisamos. Depois, com as fibras, tricotamos as meias”, explicou Zahide Aliyeva.
Os vitrais de Sheki são uma das atrações da região e têm um técnica de fabrico muito precisa.
“As peças de madeira são encaixadas umas nas outras. Depois colocamos o vidro. Se me enganar, mesmo que seja só um milímetro, já não funciona”, explicou o artesão Tofig Resulov.
O palácio Khan, do século XVIII, contém vários exemplos da arte dos vitrais. Para valorizá-lo, o Azerbaijão apresentou no ano passado uma candidatura à UNESCO.
“É normal que estas pérolas históricas façam parte do património mundial da humanidade. É necessário apreciá-las e protegê-las”, sublinhou o ministro da Cultura e do Turismo do Azerbaijão, Abulfas Garayev.
A decisão da UNESCO será anunciada entre o final do ano e o início de 2017.