Marco, o construtor de violinos

Marco, o construtor de violinos
De  Antonio Oliveira E Silva

Depois de trabalhar 10 anos como engenheiro, Marco Brunello decidiu trocar a estabilidade pela criatividade e tornou-se construtor de violinos.

A arte italiana de fazer instrumentos de corda atravessa uma boa fase.

Marco Brunello Construtor de Violinos

Aprendeu a arte com mestres do ofício até que, em 2010, decidiu abrir o seu atelier, onde cria cerca de 10 violinos por ano, a maioria para clientes no estrangeiro, quase todos no continente asiático. Cada exemplar supõe entre 200 a 300 horas de trabalho e custa pelo menos 5 mil euros.

A construção de violinos é um oficio com História em Itália. O grande centro de produção situa-se em Cremona, cidade conhecida pelos Stradivarius. Mas novos ateliers de produção com novos talentos têm vindo a desenvolver-se um pouco por todo o país, em cidades como Pavia e Milão, por exemplo.

“A arte italiana de fazer instrumentos de corda atravessa uma boa fase porque os italianos são vistos como um povo com bom gosto, com gosto pela arte e pelas coisas belas,” diz Brunello, o construtor de violinos.

E a verdade é que as novas gerações parecem atraídas pelo ofício. Na escola de instrumentos de corda de Milão crescem os pedidos de matricula. A formação dura quatro anos e permite aos alunos aprender a utilizar as ferramentas e a adquirir a técnica.

Paola Vecchio, formadora na escola, diz que o mais importante é que aprendam a técnica. “No plano subjetivo, como a escultura do pergaminho e o próprio desenho, deixo que se expressem livremente.”

Entrar na escola tem sido mais difícil nos últimos anos.
Apenas 15 formandos são admitidos por ano nos dois módulos de formação existentes. Mas ter êxito como construtor de instrumentos musicais não é tão fácil quanto possa parecer à primeira vista.

É um trabalho solitário, ainda que o ideal fosse trabalhar ao lado de alguém com mais experiência, um mestre, pelo menos durante os primeiros anos. De acordo com os registos da escola de instrumentos de corda de Milão, apenas metade dos formados pela instituição continuam no ofício atualmente.