Falámos com Benjamin Bernheim momentos antes da estreia de "Elixir de Amor"

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Falámos com Benjamin Bernheim momentos antes da estreia de "Elixir de Amor"
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De  Anne GlémarecAntónio Oliveira e Silva
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O tenor francês dá vida ao apaixonado Nemorino, que tudo faz para conquistar Adina.

O tenor francês Benjamin Bernheim falou com a Euronews na noite de estreia de Elixir de Amor, de Gaetano Donzetti, de 1832, na Ópera Estatal de Viena, a Staastoper.

Um momento intimista a não perder neste bónus web.

"Como é a primeira vez que trabalho aqui e como é a primeira vez que faço este papel, tudo o que quero é conseguir faze-lo com serenidade. Se o público gostar, claro que ficarei feliz", explicou Bernheim.

"Estamos a mais ou menos a uma hora e vinte, uma hora e um quarto do espetáculo. Estou contente."

Benjamin Bernheim é maquilhado enquanto fala connosco. Não conhece ainda os cenários criados para Elixir de Amor na Staatoper.

"Ainda não vi o palco, mas passo por lá em 10 minutos e vou descobrir tudo, o cenário, o som, as madeiras, os odores... É quando nos sentimos mais criativos, porque estamos num ambiente novo, num lugar que desconhecemos e, normalmente, é nestes momentos que mais coisas se passam, coisas interessantes."

Mas a verdade é que o tenor francês tem rituais que cumpre escrupulosamente antes de qualquer prestação. Rituais que passam pelo conhecimento do espaço, do cheiro e da energia onde canta:

"Normalmente, quando canto, seja qual for a situação, vou sempre ao palco antes de começar o espetáculo, para impregnar-me com esse palco, com essa energia. É algo que faço sempre. Venho sempre cedo porque gosto de sentir essa calma do teatro, de sentir o teatro."

Um aquecimento sem pressas

Importante também, explicou Bernheim à Euronews, é o aquecimento, algo que faz sem pressas e sem nervos. O importante é a tranquilidade:

"Aqueci a voz, calmamente, bem devagar, há alguns minutos, sem esforçar demasiado a coisa. Preocupo-me sempre com isso tenho o cuidado de não cantar no dia anterior a um espetáculo e de poupar energia. É uma forma de estar. É preciso que aprendamos a conhecer-nos. É preciso ouvir o nosso corpo e a nossa voz. E respeitarmos o nosso instrumento."

Acima de tudo, o tenor tem consciência do grau de exigência d a presença em palco de quem encarna uma das personagens principais da ópera de Donzetti:

"Não exigimos a mesma coisa a quem canta ópera e a quem canta rock. Não temos microfone e não temos ajuda em termos de som. É a voz, sozinha, que deve conseguir impor-se a uma orquestra e isso é algo muito sério."

Nome do jornalista • Anne Glémarec

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