Terry Gilliam encena a ópera "Benvenutto Cellini" em Paris

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De  Katharina Rabillon
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É a segunda vez que o cineasta aceita reinterpretar em palco a obra prima de Hector Belioz

Terry Gilliam criou para a opera "Benvenutto Cellini" um universo espetacular, cinematográfico e repleto de cor.

Nesta segunda reinterpretação da obra prima de Hector Berlioz, o realizador britânico nascido há 77 anos nos Estados Unidos liberta a imaginação no palco da Ópera de Paris até 14 de abril.

Gilliam garante, contudo, em entrevista ao programa "Musica", da Euronews, que não faz óperas. "Eu tento montar espetáculos e quero que este fique como era no século XVIII. Era para o povo. Era cru, selvagem e fantástico!", sublinhou.

"A música é monumental. É grandiosa. Vai em todas as direções. Há picos de beleza e de delicadeza. Há baixios de vulgaridade.Tem tragédia. Há aventura. Tem de tudo. Berlioz seria um grande cineasta se ainda fosse vivo", elogiou o cineasta.

A primeira ópera de Berlioz é baseada nas memórias do grande escultor e ourives Renascentista Benvenuto Cellini. Nos papéis principais encontramos o tenor amnericano John Osborn e a soprano sul-africana Pretty Yende.

"É tão grande e inesperado! Ás vezes parece que a frase vai ainda mais longe ou desenvolver-se como com a maioria dos compositores. No entanto, ele apenas nos atira para outro canto", refere Yende.

A história foca-se no amor de Cellini por Teresa. E como ele ultrapassou o rival ao esculpir uma estátua de bronze de Perseus, a pedido do Papa.

"Este universo é como o terreno do Terry Gilliam. É baseado em ilustrações desenhadas por ele mesmo e depois eles apenas as trazem para a realidade. Temos por exemplo a cena do Carnaval, que dá muito gosto ver", destaca John Osborn.

Gilliam, por seu turno, destaca "o Carnaval" como algo que parece virar "o mundo de cabeça para baixo."

"O tipo de energia, a efervescência, a loucura do processo criativo. ¨Se não tens isso, não vais conseguir fazer grandes coisas", defende o diretor da ópera.

Pretty Yende considera este espetáculo como "uma explosão de sentidos intensos e dramáticos". "Nunca antes tinha experimentado ou visto isto antes numa ópera", refere a soprano.

O compositor visionário, os protagonistas da ópera e Terry Gilliam parecem almas gémeas. O diretor admite identificar-se "com eles de muitas formas porque qualquer trabalho artístico que tenham feito foi uma luta e, no entanto, os resultados foram bonitos".

"Este é o meu sonho. Independentemente da dificuldade, a luta é para que no fim o que é produzido seja algo de maravilhoso", concretizou.

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