Numa entrevista exclusiva à euronews, o tenor peruano Juan Diego Flórez conta-nos como se sente quando entra em palco.
Numa entrevista exclusiva à euronews, o tenor peruano Juan Diego Flórez conta-nos como se sente quando entra em palco.
"É sempre um pouco desconfortável cantar a primeira canção porque estamos diante de três mil pessoas e temos de criar um momento mágico. Temos de começar a sentir-nos confortáveis e ajudar o público a sentir-se bem. Se sentirmos que o público está um pouco cansado ou perdeu a concentração, temos de fazer algo para atraí-los. Falar com eles ou cantar uma nota de uma determinada maneira para chamar a atenção. Os recitais são uma arte que eu adoro. Uma gala é um grande desafio para um cantor", contou o cantor peruano.
"Quando canto 'Che gelida manina', sei que tenho de pensar sobre aquela rapariga no apartamento, tenho de pensar no momento em que toco na mão dela e sinto que está fria. Tenho de visualizar a cena. Tenho de tirar a máscara, colocar outra máscara, e voltar a tirá-la. É divertido", referiu Juan Diego Flórez.
"Vincenzo Scalera é o meu pianista. Há vinte anos que trabalhamos juntos, demos numerosos recitais em todo o mundo e temos muito para contar, temos muitas histórias. É divertido e percebemo-nos um ao outro facilmente e rapidamente. Se eu faço um erro, ele é capaz de antecipar", contou a estrela da ópera peruana.
"A ópera é uma das últimas formas de arte em que tudo se passa como antigamente. Os cantores cantam sem microfone. A experiência é muito realista. A produção da música não envolve tecnologia. Atualmente, a norma é o uso de tecnologia. A ópera e o bailado são diferentes. São formas de arte puras com uma forte ligação às pessoas. Penso que o espetáculo ao vivo será mais relevante no futuro do que foi no passado", garantiu Juan Diego Flórez.