La Fura dels Baus revê Mozart num mundo futurista

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Companhia catalã montou um espetáculo futurista em mais uma semana de eventos dedicada por Salzburgo ao excêntrico maestro austríaco

Foi deslumbrante e excêntrica a abertura este ano da Semana Mozart, um festival dedicado por Salzburgo ao maestro filho da terra.

Pela primeira vez com a direção do tenor franco-mexicano Rolando Villazón, a celebração teve um dos pontos altos na nova encenação de "Thamos", com fragmentos musicais compostos por Mozart quando o maestro contava apenas 17 anos.

"A peça fala-nos de poder, de amor, de um soberano. Desenvolve-se com a evocação da tecnologia e uma visão sobre o nosso futuro. Em especial, esta produção encenada pelos Fura dels Baus", explica a soprano egípcia Fatma Said.

O diretor cénico da famosa companhia de teatro catalã sublinha o peso na sociedade atual da inteligência artificial e das plataformas digitais coletoras de informação.

"O uso de tudo isto gera uma nova versão de escravos através dos telemóveis e das diversas aplicações móveis. Pouco a pouco, estamos a entrar na distopia de '1984', o livro de George Orwell", considerou Carlus Padrissa.

Os La Fura dels Baus apresentaram em Salzburgo um Mozart futurista com recurso a luzes, lasers e instrumentos robóticos. Esta encenação de "Thamos" também aproveitou "A Flauta Mágica", a obra-prima de Mozart.

"A minha parte favorita é quando surge 'Tharsis' e a pedra. É como se fosse um fóssil que se separa dela. Ela entoa a ária de 'Pamina', que é muito bela, mas canta-a em árabe, em quartos de tom. Estou seguro de que se Mozart ouvisse isto, se ele soubesse que havia música em quartos de tom...", brinca Carlus Padrissa, concluindo com uma interjeição de satisfação.

Fatma Said tem por vezes de cantar no meio da assistência, mas aproveita o momento. "Tenho de interagir e comunicar com as pessoas porque eu também preciso da energia do público", diz a soprano.

Rolando Villazón sublinha "a força energética" dos Fura dels Baus em palco. "Sente-se a inspiração que os move. É a inspiração de um tipo de teatro que se nos agarra à pele. Ao mesmo tempo que o estamos a absorver por todos os sentidos, somos sacudidos de forma extraordinária com muita inteligência, muita arte, muita visão e muita poesia", enaltece o diretor artístico da Semana Mozart.

Villazón escolheu para a edição deste ano o tema "Mozart está vivo" e o desejo mais sincero expressado pelo tenor franco-mexicano é o de conseguir emocionar uma vasta audiência em memória do compositor austríaco.

"Para mim, a música de Mozart é tudo. É a vida! É o amor. É a luz! É o triunfo da luz", concretiza.

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