"Lucia di Lammermoor", o apogeu do bel canto

Em parceria com
"Lucia di Lammermoor", o apogeu do bel canto
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A celebrar 150 anos, o Vienna Staatsoper leva a cena "Lucia di Lammermoor", o apogeu do bel canto, com encenação Laurent Pelly.

Paixão, desespero e loucura estão no centro de "Lucia di Lammermoor", de Donizetti. A celebrar os 150 anos, o Vienna Staatsoper apresenta uma nova encenação de Laurent Pelly, onde o grande tenor Juan Diego Flórez e a estrela soprano Olga Peretyatko são os amantes trágicos desta arrebatadora trilha sonora.

"Há uma pulsação constante. Para mim, tem sempre uma energia eletrizante e uma tensão", conta o encenador.

O bel canto (expressão italiana que significa "belo canto") diz respeito a uma tradição vocal, técnica e interpretativa da ópera italiana.

Para o tenor Juan Diego Flórez, "o canto é o mais importante. Claro que também há a expressão e o teatro, há muito drama aqui, mas o canto sempre foi o apogeu do bel canto."

A ópera de 1835 explora o desespero de Lucia, que ama Edgardo, mas é forçada a um casamento arranjado que a leva à insanidade e à morte.

Nesta "Lucia di Lammermoor", Laurent Pelly propõe uma versão onírica e misteriosa da obra. "O que eu queria sobretudo evitar em Lucia era o realismo. Para mim esta peça é mais como um filme de terror. É uma história sobre uma jovem que é manipulada por todos os homens que a rodeiam. Ela é uma jovem frágil, psicologicamente frágil", revela.

**A LOUCURA
**

A harpa de vidro, um instrumento único, acompanha a cena icónica de loucura que retrata a cascata de fragmentos da mente em colapso de Lucia.

Para Olga Peretyatko, "isto é extraordinário, em particular com esta harpa de vidro. Tem um efeito tão transcendente. Não parece ser deste mundo."

É nesta cena que os artistas podem explorar o bel canto e a liberdade desta ópera para explorarem todas as vertentes do instrumento vocal.

"Na cena de loucura é possível mostrar todas as facetas, os diferentes lados, todas as nossas cores", acrescenta a cantora.

"A loucura é também uma projeção. Lucia está sempre a ver Edgardo a seu lado. E depois há esse grande momento, quase sensual. À frente de toda a gente, ela mimetiza o ato de amor", afirma Laurent Pelly.

O FINAL

Ao contrário da maioria das óperas em que a cena final é encerrada pela prima-dona, em "Lucia di Lammermoor", o pano cai sobre uma última interpretação do tenor.

Uma cena "difícil e bonita", diz Juan Diego Flórez, que acrescenta "se formos criativos a cantar, podemos tornar a cena mais bonita.  Como cantor, posso realmente explorar diferentes nuances de expressão".

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan

Prémio Herbert von Karajan para Jovens Maestros: uma experiência emocionante

"Champion", a vida do pugilista Emile Griffith numa ópera-jazz