Enki Bilal é considerado um dos melhores desenhadores contemporâneos europeus. Nascido em Belgrado, na antiga Jugoslávia, mudou-se para Paris aos 10 anos, conheceu René Goscinny aos 14 e dedicou-se aos rabiscos e aprimorou-se.
Até janeiro, é ele a estrela de uma nova exposição em cartaz na Bretanha.
Autor famoso de quadradinhos realistas, pessimistas e muitos deles futuristas, Enki Bilal defende ser "a função dos artistas, dos ensaístas e dos filósofos também, fazer perguntas sobre o que poderá vir a acontecer ouo que poderá vir a surgir".
"Eu utilizo as minhas ferramentas -- o desenho, a pintura, o filme, o som e a escrita -- para isso", afirmou o artista naturalizado francês junto a um dos 250 quadros expostos desde sábado no Fundo Helène e Edouard Leclerc, em Landerneau, na costa ocidental de França.
Através de cenários num passado ou num futuro nunca demasiado longinquos, Bilal transporta-nos entre o realismo e a fantasia, entre factos históricos e ficção científica.
É um visionário do passado desenhando o futuro.
Na opinião do curador desta exposição na Bretanha, "Bilal não faz mais do que fez Goya à sua época".
"Desenhou os massacres cometidos por militares sobre civis. Vimos isto com o Goya e, infelizmente, agora também no trabalho de Enki Bilal, uma pessoa que imaginou um estado do mundo, que o previu e o que descreveu com a extraordinária lucidez que o define", diz-nos Serge Lemoine.
Mais de 250 trabalhos de Enki Bilal, alguns ainda inédito, podem ser descobertos nesta exposição até 4 de janeiro.