Uzbequistão estreia-se na Bienal de Arquitetura de Veneza

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Uzbequistão estreia-se na Bienal de Arquitetura de Veneza

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A Bienal de Arquitetura de Veneza está de volta após uma interrupção de um ano devido à pandemia.

Marta Brambilla / euronews
VenezaMarta Brambilla / euronews

A 17ª edição da bienal italiana conta com a presença do Uzbequistão, o primeiro país da Ásia Central a participar no evento com o seu próprio pavilhão. O Uzbequistão apresentou a exposição Mahalla: vida rural urbana.

“Hoje podemos dizer que estamos a redescobrir o Uzbequistão. Apresentámos o nosso mahalla. É um fenómeno único do nosso povo, é uma forma de vida, uma maneira de estar do povo uzbeque. O fenómeno mahalla também pode ser útil para a Europa. É um exemplo de como pessoas de religiões, línguas, culturas e nacionalidades diferentes podem viver em paz e tranquilidade, e ajudarem-se umas às outras. Esperamos que o mahalla se torne numa nova marca cultural do Uzbequistão em todo o mundo", afirmou Aziz Abdukhakimov, vice-primeiro ministro e ministro do Turismo e do Desporto, e presidente da Comissão de Organização do Pavilhão Nacional do Uzebequistão.

Saida Mirziyoyeva, vice-presidente da Fundação para para o Desenvolvimento da Arte e Cultura do Uzbequistão, acrescenta: "A nossa exposição é dedicada ao Mahalla, um fenómeno arquitetural e social único, uma forma tradicional de viver em comunidade, uma forma de bairro, uma unidade de governo local. Mahalla é a nossa história. Ao mesmo tempo, é um aspeto crucial da realidade urbana presente".

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Pavilhão do Uzbequistão em VenezaMarta Brambilla / euronews

Uma viagem virtual ao interior das casas

A exposição é a resposta uzbeque à pergunta que serve de tema à edição 2021 da Bienal: como é que vamos viver juntos? O projeto mostra-nos a maquete do bairro urbano típico do país. Não é apenas uma estrutura habitacional, é um sistema, uma forma de vida comunitária, estruturada por rituais e tradições. Quem visita o pavilhão vive uma experiência de imersão numa casa típica que ganha vida através das imagens a três dimensões. Trata-se de uma viagem virtual ao interior das casas.

“No mahalla, aprendemos que a vida e a arquitetura só podem funcionar em conjunto. A arquitectura em si não é nada. É preciso construir a vida envolvente, é preciso um abrigo e um enquadramento e estas casas com pátios são um bom exemplo. Esta belíssima arquitetura está muito relacionada com uma forma de vida tradicional”, explicou o curador austríaco Christoph Gantenbein.

A exposição integra doze fotografias e um ambiente sonoro da vida quotidiana nos mahallas.

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Pavilhão do Uzbequistão em VenezaMarta Brambilla / euronews

Um testemunho da sociedade uzebeque

É provável que os Mahallas deixem de existir devido às pressões económicas, à mudança dos hábitos das pessoas ou à falta de infraestruturas. Um dos objetivos do projeto apresentado em Veneza é documentar os testemunhos da sociedade uzbeque para memória futura.

"Acredito que é um método importante: aprender com o passado para construir o presente e o futuro. Trata-se de um belo projeto : este tipo de arquitetura é uma visão humana que nos fala da convivência tanto do ponto de vista habitacional como comunitário. É um projeto que corresponde plenamente aos tempos atuais e às intenções da Bienal" disse à euronews Roberto Cicutto, presidente da Bienal de Veneza.

Um Projeto com ambições para o futuro

O projeto possui uma componente educacional e académica. "Foi muito importante para nós abrir a mente dos alunos, para que eles pensem de forma diferente, ao nível das possibilidades de colaboração. Foi uma troca de energia, para que eles possam no futuro criar projetos juntos e aprender uns com os outros", afirmou Gayane Umerova, diretora da Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Cultura, do Ministério da Cultura da República do Uzebequistão.

A edição 2021 da Bienal de Veneza conta a com participação de 46 países e pode ser visitada até 21 de novembro.

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