Do luxo ao lixo. Salas de cinema lutam pela sobrevivência em Marrocos

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De  Euronews com AFP
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Longe da época dourada do cinema em Marrocos, muitas salas de cinema foram demolidas, ou estão ao abandono. Edifícios considerados património arquitetónico são hoje abrigo de memórias e lixo.

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No coração de Casablanca, um tesouro é escondido pela agitação dos dias. Tal como em muitas outras localidades de Marrocos, também o bairro operário de Derb Sultan teve outrora direito a um movimentado e luxuoso cinema "Al Malaki" foi construído no final da década de 1940 para rivalizar com o prestígio dos cinemas reservados aos franceses durante o seu protetorado. 

Hoje os veludos gastos deixam apenas adivinhar a opulência do património do país e a decadência a que estas salas foram sujeitas pelo tempo e o progressivo afastamento do público.

O fotógrafo francês François Beaurain, autor do livro "Cinémas du Maroc" ("Cinemas de Marrocos"), considera que "a nível arquitectónico, em Marrocos, temos amostras de todos os estilos, todas as épocas e todos os cinemas. De certa forma, Marrocos tem salas de cinema que já não existem noutros lugares". 

Beaurain vê estes cinemas "como uma espécie de cápsula do tempo", dos anos "1910, 1920, 1930, 1940" e "todos os estilos".

"Noutros países, estes cinemas foram geralmente transformados em vários andares ou foram destruídos, mas em Marrocos eles ainda existem e alguns ainda estão ativos. Portanto, de um ponto de vista arquitectónico, há aqui um verdadeiro património", defende.

De pé, mas destruídos

A era dourada do cinema em Marrocos durou meio século.

A partir da década de 1990, a televisão, o streaming e mais recentemente a covid-19 têm vindo a ditar uma morte lenta. , que encontra alguma resistência entre entusiastas que tentam manter as salas abertas.

Alguns edifícios, classificados como património nacional não foram demolidos. Mas a falta de investimento para manter o negócio a funcionar, deixou-os ao abandono.

O Centro Cinematográfico Marroquino (CCM), uma instituição pública responsável pela 7.ª arte no país, tem permitido o financiamento de estabelecimentos e a digitalização de salas e algumas longas-metragens, mas quem tenta manter o setor de pé diz que não chega.

No final de contas, os números espelham a realidade da sétima arte no país. Atualmente, em Marrocos, há 27 cinemas ativos.

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