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Fotógrafa mexicana Graciela Iturbide recebe o Prémio Princesa das Astúrias para as Artes 2025

Graciela Iturbide retratada no seu estúdio em Coyoacán em 2023.
Graciela Iturbide retratada no seu estúdio em Coyoacán em 2023. Direitos de autor  Por Jacobo Caso - Trabajo propio, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=147709379
Direitos de autor Por Jacobo Caso - Trabajo propio, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=147709379
De Jesús Maturana
Publicado a
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A fotógrafa mexicana foi distinguida esta sexta-feira com o prestigiado Prémio Princesa das Astúrias para as Artes 2025, consolidando a sua posição como uma das figuras mais influentes da fotografia contemporânea latino-americana.

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Nascida na Cidade do México em 1942, Graciela Iturbide desenvolveu durante mais de cinco décadas uma obra fotográfica que transcende os limites da arte convencional. O seu trabalho caracteriza-se por uma profunda sensibilidade às culturas ancestrais e uma capacidade excecional de captar a essência de comunidades em transição.

A artista concebe a fotografia como uma ferramenta de conhecimento, exploração e investigação cultural, criando imagens que revelam tanto a fragilidade como a resiliência de tradições seculares.

O seu estilo distinto, predominantemente a preto e branco, consegue transmitir a complexa interação entre a natureza e a cultura, ao mesmo tempo que explora a dimensão simbólica das paisagens e dos objectos do quotidiano transformados pelo seu olhar artístico. Esta abordagem fez de Iturbide um cronista visual indispensável para compreender a evolução sociocultural do México e da América Latina.

Obra icónica e reconhecimento internacional

Entre as obras mais célebres de Graciela Iturbide encontra-se o seu extraordinário registo fotográfico de 1979 dos índios Seri do deserto de Sonora, uma série que exemplifica a sua capacidade de documentar culturas em risco de desaparecimento com respeito e profundidade artística. Igualmente célebre é a sua série sobre a casa de banho de Frida Kahlo em Coyoacán, onde capta a intimidade e o simbolismo do espaço pessoal da icónica pintora mexicana.

O seu trabalho transcendeu as fronteiras geográficas, retratando não só os povos indígenas do México, mas também comunidades no Panamá, Madagáscar e Cuba. Esta amplitude geográfica demonstra o seu empenho universal na preservação visual de diversas culturas e a capacidade de encontrar pontos comuns na experiência humana.

Obras de Graciela Iturbide
Obras de Graciela Iturbide Fundaciónmapfre.org

O reconhecimento internacional do seu trabalho reflecte-se em exposições de prestígio em instituições como o Centro Georges Pompidou em Paris, a Barbican Art Gallery em Londres, o Museu de Fotografia de Hokkaido no Japão e o Museu de Arte Moderna de São Francisco. Estas exposições posicionaram o seu trabalho no cânone da fotografia de belas artes a nível mundial.

Princesa das Astúrias para as Artes: tradição e prestígio

A eleição de Iturbide representa um reconhecimento significativo da fotografia como disciplina artística e, especificamente, do trabalho de documentação social e cultural que caracteriza a sua obra. O seu prémio sublinha a importância crescente da fotografia latino-americana no panorama artístico mundial.

O prémio de Iturbide é o quarto da XLV edição dos Prémios Princesa das Astúrias. Anteriormente, o Prémio de Comunicação e Humanidades foi atribuído ao filósofo alemão nascido na Coreia do Sul Byung-Chul Han, o Prémio de Literatura ao escritor barcelonês Eduardo Mendoza e o Prémio de Ciências Sociais ao sociólogo e demógrafo americano Douglas Massey.

A cerimónia de entrega dos prémios prossegue com as seguintes categorias: Desporto, a 28 de maio, Concórdia, a 4 de junho, Investigação Científica e Técnica, a 12 de junho, e Cooperação Internacional, a 18 de junho.

O reconhecimento de Graciela Iturbide transcende o mérito individual; a artista mexicana demonstrou que a fotografia pode ser simultaneamente arte e documento histórico, beleza estética e empenhamento social.

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