Estrela francesa apresentou os seus filmes, tendo sido homenageada pela sua contribuição global para a sétima arte
Isabelle Huppert, grande estrela do cinema francês e mundial, foi a convidada mais proeminente do 66.º Festival de Cinema de Salónica. Na lotada sala do Olympion, a premiada atriz foi agraciada pelo presidente da Câmara, Stelios Angeloudis, com o Prémio Especial da Cidade pela sua contribuição global para o cinema e cultura.
"Boa noite. Esta é a única palavra grega que conheço, desculpem. É realmente uma grande honra e um grande prazer receber este maravilhoso prémio em nome da vossa maravilhosa cidade. Passei o dia a passear pela vossa cidade, é realmente maravilhosa, com tantas camadas de diferentes culturas e percursos. É um exemplo maravilhoso de como o mundo deveria ser. Estou realmente muito emocionada e estou a tentar fazer com que a vossa cidade seja um exemplo. Estou muito emocionada e estava a pensar que faltava um filme neste belo tributo cinematográfico, e este é um filme com um realizador grego. Espero que um dia isso venha a acontecer".
O Festival de Cinema de Salónica organizou uma grande homenagem com 15 filmes de diferentes realizadores em que Isabel Huppert participou. A seleção de filmes, que vai de 1980 a 2025, foi feita em colaboração com a atriz e destaca aspetos do seu imenso talento para a representação, bem como a sua vasta gama de colaborações com cineastas de renome.
Incansável, com mais de 120 filmes, Huppert teve uma carreira internacional incrível, permanecendo ao mesmo tempo a sacerdotisa indiscutível do cinema francês. Na conferência de imprensa, moderada pelo responsável pelo programa do Festival, George Krassakopoulos, a atriz respondeu às perguntas dos jornalistas.
"Claro que me sinto muito satisfeita e com muita sorte por ter a oportunidade de desempenhar todos estes papéis, de atuar nestes filmes e de trabalhar com estes grandes realizadores. Sim, é uma forma de riqueza. O que acho interessante nestes papéis é que as linhas entre o bem e o mal são mais ténues, e é por isso que é um pouco mais difícil, no início, gostar realmente deles. Mas acho que no final acabamos por gostar deles naturalmente, caso contrário não iríamos ver os filmes."
Huppert privilegia o "encontro" com os "realizadores".
"Para mim, o essencial são as reuniões com os realizadores. Nunca tive a fantasia de fazer um determinado papel em vez de outro. O meu objetivo não era fazer filmes. É mais uma questão de me encontrar e conhecer os realizadores. O que dá valor ao que faço é mesmo o reencontro, esse encontro entre um realizador e um ator ou atriz. Estou sempre à procura do desconhecido. Acho que sempre que começo a fazer algo, é como dar um salto para o desconhecido. É exatamente isso que procuro e, normalmente, é isso que encontro".
Paralelamente à projeção da homenagem, Isabelle Huppert deu uma aula intitulada "Do palco para o ecrã" sobre a sua carreira no teatro e no cinema.
Durante três dias, Salónica viveu ao ritmo da brilhante atriz francesa, que nos cativou muitas vezes com as suas interpretações arrebatadoras, tanto no cinema como no teatro. Isabelle Huppert veio ao Festival, apresentou os seus filmes, deu uma masterclass e foi homenageada pela sua contribuição global para a sétima arte.
