Anémonas-do-mar: um petisco em risco

Em parceria com The European Commission
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De  Teresa Bizarro
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Tornaram-se estrelas da gastronomia espanhola e a captura em massa colocou as anémonas-do-mar em risco. O projeto para salvar estes delicados invertebrados pode abrir caminho a uma aquacultura mais sustentável

Ana Esther Ortiz Maldonado trabalha para salvar as anémonas-do-mar. Colhidas em massa no fundo marinho, tanto por pescadores legais como ilegais, estes delicados invertebrados estão a diminuir em número, vítimas do sucesso na gastronomia tradicional em Espanha.

Investigadores do iMare Natural, uma empresa nascida na Universidade de Granada, tentam cultivar anémonas num sistema de aquacultura controlada e libertá-las no fundo do mar - pretendendo com isso demonstrar um método eficaz para restaurar as populações naturais.

Ana Esther Ortiz Maldonado, a responsável pela unidade piloto de aquacultura, levou-nos numa visita guiada a esta instalação que imita o funcionamento dos ecossistemas naturais para minimizar o desperdício, reduzir o consumo de água e diminuir o consumo de energia. 

"Trata-se de reproduzir em cativeiro anémonas-do-mar - uma espécie altamente capturada ao largo das costas de Granada, perto de Málaga - e reintroduzi-las novamente no ambiente natural," explica a responsável pelo projeto ORTIMAR, instalado numa antiga unidade de piscicultura. 

Neste sistema de circuito fechado, todos os organismos têm uma função. "Bombeamos a água do mar e temos as anémonas a viver em conjunto com outros organismos, o que tem um efeito purificador" revela a cientista acrescentando que "estes organismos pertencem a diferentes níveis tróficos, pelo que alguns deles beneficiam dos resíduos orgânicos de outros para manter um circuito totalmente limpo e ambientalmente sustentável".

São acrescentadas "espécies herbívoras que vão comer algas que crescem nas paredes e no fundo do tanque", como ouriços-do-mar e caracóis do mar, e filtradores, como os mexilhões, capazes de filtrar a matéria orgânica e as microalgas. Existem também as "espécies detritívoras - caranguejos e pepinos do mar - que são capazes de comer as partículas de matéria orgânica que se depositam no fundo do tanque".

Muitos esperam que esta abordagem, conhecida como aquacultura multitrófica integrada, possa, num futuro próximo, reduzir muitas preocupações ambientais associadas aos métodos tradicionais de criação de peixes.

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