Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

“As praias são de todos”: Portugal declara guerra à privatização da costa

Praia em Sines
Praia em Sines Direitos de autor  Michael Probst/AP
Direitos de autor Michael Probst/AP
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

Depois de notícias sobre a dificuldade de chegar a praias em zonas de condomínios de luxo no concelho de Grândola, a ministra do Ambiente de Portugal declarou que o acesso ao areal é uma das prioridades para esta época balnear.

PUBLICIDADE

“As praias são de todos” e “para todos”: as palavras da ministra do Ambiente de Portugal deram o mote para a abertura da época balnear em Portugal.

“As praias em Portugal são públicas, portanto, não pode ser vedado em nenhumas condições o acesso às praias”, disse Maria da Graça Carvalho, enquanto anunciava uma inspeção no concelho de Grândola, na costa alentejana, no sul do país.

A inspeção vai ser feita por várias entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente e a Autoridade Marítima para verificar se “todas as leis estão a ser cumpridas”.

Não há praias privadas em Portugal e qualquer tentativa de limitar ou dificultar o livre acesso da população às praias será identificada”, acrescentou a ministra na praia de Carcavelos, perto de Lisboa.

A ministra reagia a um artigo do semanário Expresso que, na última edição, falava na dificuldade no acesso às praias nos 45 quilómetros entre Troia e Melides. O jornal referia “quilómetros de dunas 'muradas' por empreendimentos turísticos com acesso condicionado” e de “falta de caminhos acessíveis públicos em 80% deste areal”.

Estes resorts de luxo também apresentam preços incomportáveis para um cidadão português. Neste artigo, o Expresso diz que arrendar uma sombra pode oscilar entre os 70 e 200 euros por dia.

A polémica acabou por marcar a abertura da época balnear, na segunda-feira. Para além da habitual vigilância nas praias e manutenção da qualidade da água, a ministra do Ambiente declarou que a “garantia de acesso às praias” como uma das ações prioritárias para este verão.

A notícia foi bem recebida pelo presidente da Câmara Municipal de Grândola. António Figueira Mendes, da coligação CDU de que faz parte o Partido Comunista, disse que “não há praias privadas no concelho de Grândola”

“Se há algum promotor que faça tentativas para que isso aconteça, não vai ser bem-sucedido, porque a câmara não vai autorizar praias apenas destinadas a um determinado empreendimento”, reagiu o autarca à agência Lusa, explicando que a Câmara Municipal também vai participar nas inspeções.

“O problema é que temos dúvidas (sobre) se alguém está a proibir que as pessoas passem pelo seu empreendimento para ter acesso à praia. Alguém tem de provar que é verdade que é assim. As praias, todas elas têm acesso, com mais dificuldades, menos dificuldade, mas ninguém pode impedir que as pessoas tenham acesso à praia”, assegurou, sublinhando que, para além da Câmara Municipal, há várias entidades envolvidas no licenciamento destes empreendimentos.

Mas, na abertura da época balnear, a ministra admitiu que as autoridades também têm alguma responsabilidade na falta de acessos.  

“Estamos a trabalhar com a Câmara de Grândola de modo a garantir que há mais passagens de acesso à praia na costa do concelho”, acrescentou Graça Carvalho, admitindo que “há ali alguma extensão que tem dificuldade de acesso, que não tem os acessos ainda abertos”.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

De destinos acessíveis a áreas de luxo: toldos em praias portuguesas podem custar 200 euros por dia

Algas cultivadas com efluentes de fábricas de lacticínios reduzem utilização de fertilizantes minerais em 25%

Vaticano põe em prática a pregação ecológica do Papa Francisco com um centro agrícola