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Estudo revela que derretimento de glaciares deixará picos dos EUA sem gelo pela primeira vez

Investigadores preparam câmara no Glaciar do Ródano perto de Goms, Suíça, a 10 de junho de 2025. Foto de Matthias Schrader
Investigadores preparam câmara no Glaciar do Ródano, perto de Goms, Suíça, a 10 de junho de 2025. Foto de Matthias Schrader Direitos de autor  Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved.
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De Hannah Docter Loeb
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O derretimento dos glaciares nas montanhas da Sierra Nevada, na Califórnia, é sem precedentes, revela um novo estudo.

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As montanhas glaciares são uma característica fundamental de vários parques nacionais dos Estados Unidos, como o de Yosemite, na Califórnia.

Contudo, com o aquecimento global, muitas dessas massas de gelo centenárias estão a derreter rapidamente. 

Um novo estudo, publicado na revista Science Advances, demonstra o quão novo é o derretimento na Sierra Nevada, na Califórnia.

São algumas das massas de gelo no oeste dos EUA que os autores descrevem como “emblemas públicos das mudanças climáticas”.

Um olhar sobre a história glacial

O estudo analisou quatro glaciares na Sierra Nevada: Conness, Maclure, Lyell e Palisade.  Estas formações são bons “indicadores” para observar o desaparecimento dos glaciares, pois resistiram ao teste do tempo e ao aquecimento da era industrial. 

Analisando amostras de rochas expostas, os investigadores determinaram que o gelo existe há muito mais tempo do que se pensava. Os glaciares existem pelo menos desde todo o Holoceno, ou seja, os últimos 11.700 anos desde a última era glacial.

O fluxo de gelo foi documentado pela primeira vez na região no final do século XIX, segundo o estudo. O eventual desaparecimento marcaria a primeira vez que esses topos de montanha ficariam livres de gelo.

No oeste dos Estados Unidos, prevê-se que as montanhas glaciares desapareçam até 2100 EC, de acordo com pesquisas anteriores pesquisas.

“A nossa reconstrução da história glacial indica que uma futura Sierra Nevada sem gelo é inédita na história humana desde a presença conhecida das Américas há cerca de 20.000 anos,” escrevem os autores. 

Desaparecimento dos glaciares na Europa

O derretimento dos glaciares é um fenómeno global.  Um estudo recente revelou que, a cada ano, à medida que as geleiras derretem, perdem mais água do que o mundo consumirá em três décadas.

A Europa também tem assistido a um enorme derretimento devido ao aquecimento global.  

Na Suíça, onde existe o maior número de glaciares na Europa, mais de 1.000 pequenos glaciares já desapareceram.

O glaciar Ventina, na Itália, também foi grandemente afetado pelo clima quente. O derretimento rápido e o terreno instável tornam a visita insegura, por isso os geólogos agora dependem de ferramentas de monitorização remota para avaliar os danos. 

Glaciares na Suécia e na Noruega também estão a derreter mais rápido do que nunca. Em 2024, o ano mais quente da história da Europa, esses locais registaram um derretimento médio de aproximadamente 1,8 metros. Isto supera as médias históricas.

O colapso glacial também está a tornar-se mais frequente, ameaçando as comunidades locais. Por exemplo, no início deste ano, um enorme deslizamento de gelo soterrou a maior parte de uma aldeia alpina suíça.

É possível recuperar os glaciares?

Existe a possibilidade de os glaciares se recuperarem se o aquecimento global for revertido de alguma forma. No entanto, mesmo que isso aconteça, não será durante a nossa vida.

Um estudo recente simulou a mudança dos glaciares em “cenários de ultrapassagem” até 2500. Estas são situações em que o planeta ultrapassa o limite de 1,5 °C até 3 °C e, em seguida, arrefece novamente.

“Os nossos modelos mostram que levaria muitos séculos, se não milénios, para que os grandes glaciares polares se recuperassem de uma ultrapassagem de 3 °C”, diz Lilian Schuster, autora principal do estudo.

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