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Número de animais selvagens aumenta na Grécia e gera preocupação entre moradores

fotografia de stock
fotografia de stock Direitos de autor  Giannis Papanikos/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Giannis Papanikos/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Ioannis Karagiorgas
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A Grécia tem registado um aumento do número de animais selvagens. Os moradores encontram-se frequentemente com estes animais e têm dúvidas sobre como devem proceder.

A visão de animais mortos no chão foi chocante para o agricultor Anastasios Kasparidis. As grandes pegadas no solo não deixavam dúvidas de que estes tinham sido mortos por um urso, um visitante outrora raro, mas agora cada vez mais comum no norte da Grécia.

Os conservacionistas celebraram a recuperação de ursos e lobos depois de serem protegidos e ter sido proibida a sua caça. No entanto, alguns agricultores e residentes rurais temem, agora, pela sua subsistência e, em alguns casos, pela sua segurança.

Pedem uma maior proteção, num fenómeno que está a acontecer noutras partes da Europa, com alguns a defenderem que a conservação da natureza foi longe demais e a pressionarem para que as restrições sejam levantadas.

Os ursos pardos, o maior predador da Grécia, registaram um regresso notável. O seu número quase quadruplicou desde a década de 1990. Cerca de 870 ursos pardos vagueiam pelas florestas do norte da Grécia, de acordo com o mais recente estudo da Arcturos, uma organização ambiental fundada em 1992 que dá abrigo a ursos e lobos resgatados.

E não são só os ursos. Os lobos também têm vindo a aumentar. A sua reprodução é mais rápida devido a uma combinação de factores, como a redução da caça, invernos mais amenos e o cruzamento com porcos domésticos, segundo os especialistas.

Foto de arquivo
Foto de arquivo Giannis Papanikos/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Considerados por muitos como pragas destruidoras de colheitas, a visão de uma dúzia ou mais de javalis a passear pelos passeios ou a bufar pelos quintais já não é invulgar em muitas zonas do país.

O maior número de animais selvagens levou também a um maior contacto com as pessoas - a grande maioria das quais não sabe como se comportar durante um encontro.

Esta falta de familiaridade levou ao medo em algumas comunidades, particularmente após um pequeno número de incidentes graves este ano: uma criança mordida por um lobo, um idoso ferido por um urso no seu quintal, um caminhante mordido por um urso e outro caminhante que morreu depois de cair num desfiladeiro durante um encontro com um urso.

Em Levia, uma aldeia de cerca de 660 habitantes rodeada de campos no noroeste da Grécia, foram registados vários encontros com ursos em outubro, e os javalis vagueiam frequentemente pela aldeia. A situação é semelhante na aldeia vizinha de Valtonera, 170 km a oeste da segunda maior cidade da Grécia, Salónica. "A aldeia costumava não ter animais selvagens. No passado, aparecia um lobo de vez em quando", disse o presidente da comunidade, Konstantinos Nikolaidis. Agora, javalis, raposas, ursos ou lobos vagueiam à volta ou mesmo dentro da aldeia, observou.

Entretanto, a crescente população de javalis levou a que se pedisse o prolongamento da época de caça.

Foto de arquivo
Foto de arquivo Giannis Papanikos/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Os especialistas observam que não é apenas o aumento do número de animais selvagens que levou à invasão das zonas urbanas. Muitos facores desempenham um papel importante, dizem eles, desde a perda de habitat devido aos incêndios florestais, às perturbações sonoras provocadas pelas turbinas eólicas e pelos veículos de recreio, até aos animais encorajados pelo declínio das populações humanas nas aldeias.

"Há uma fragmentação natural do habitat dos ursos, há muitas vezes secas, há falta de alimentos no ambiente natural, há desertificação das aldeias, o que torna as zonas residenciais mais atrativas para os ursos, que se aproximam e encontram alimento", afirmou Panos Stefanou, responsável pela comunicação da Arcturus.

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