A IV Cimeira da Parceria Oriental arranca esta quinta-feira, em Riga, mas o conflito na Ucrânia e as tensões com a vizinha Rússia prometem ensombrar
A IV Cimeira da Parceria Oriental arranca esta quinta-feira, em Riga, mas o conflito na Ucrânia e as tensões com a vizinha Rússia prometem ensombrar o encontro.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) estarão reunidos na capital letã com representantes parceiros de seis antigas repúblicas da União Soviética. Em teoria, deverão estreitar-se laços e analisar projetos de cooperação, mas na prática notam-se algumas fricções, na véspera do encontro, porque os participantes têm diferentes expetativas.
A Ucrânia, Geórgia e Moldávia não estão satisfeitos com o projeto de declaração final da cimeira porque querem um reconhecimento do direito de solicitar a adesão à UE.
Para Vaira Vike-Freiberga, antiga presidente da Letónia, esse reconhecimento não é tão essencial: “Não importa a UE. A luz ao fundo do túnel deveria ser o desempenho de um país, para bem próprio. A Europa, essa espécie de cereja no topo do bolo, não importa. O que importa é como fazemos o bolo.”
Alguns Estados-membros, como França ou Alemanha, não apoiam vários elementos que a Ucrânia, Geórgia e Moldávia querem incluir no projeto de declaração final.
Oleh Rybachuk, antigo vice-primeiro-ministro da Ucrânia, também ativista, considera que a Ucrânia não deveria exagerar nas exigências à UE: “Sentimo-nos em casa, já sentimos que fazemos parte, que estamos no mesmo capítulo, partilhando valores e visões sobre muitas matérias. A sociedade civil ucraniana não comunga de qualquer tentativa do governo de chantagear a UE exigindo mais do que o governo merece.”
Países como a Bielorrússia ou a Arménia não querem, ao que tudo indica, que na declaração final se reconheça claramente a agressão militar da Rússia na Ucrânia. Moscovo considerou a cimeira“anti-russa.”
O deputado letão Janis Urbanovics acredita que a Rússia deveria ser convidada como país observador: “Compreendo muito bem a postura da Rússia porque está dependente do que se passa nas fronteiras do país.”
A IV Cimeira da Parceria Oriental prolonga-se até sexta-feira.
Natalia Richardson-Vikulina, Euronews – “A Ucrânia, Geórgia e Moldávia dizem poder fazer uma diligência diplomática se os resultados da cimeira de Riga não forem suficientemente ambiciosos. Kiev poderá não assinar a declaração final, o que significaria um falhanço da Cimeira da Parceria Oriental.”