À partida, os clones não se destinam à alimentação. Mas na UE não há restrições específicas sobre estes produtos, nem sequer informação nos rótulos.
Pergunta de Emma, de Lyon, França:
“Há carne ou leite de animais clonados a circular na Europa?”
Resposta de Camille Perrin, do BEUC, organismo europeu de defesa dos consumidores:
“À partida, os clones não se destinam à alimentação. São animais com elevado potencial genético, utilizados para fins reprodutivos. Um produtor não vai mandar para o matadouro um clone que vale 15 mil euros, a não ser que esteja em final de vida. Mas, nos países onde se pratica a clonagem, como os Estados Unidos, o Canadá ou a Argentina, as empresas do setor implementaram sistemas para evitar que os clones vão parar à cadeia alimentar.
Na União Europeia, não se pratica clonagem para fins alimentares. A importação de alimentos dessa natureza tem de ser submetida a autorização. Até hoje, nenhuma empresa apresentou um pedido de comercialização desses produtos.
No entanto, é possível importar material reprodutivo de clones, como o esperma. Ou seja, é bastante provável que consumidores europeus já tenham ingerido, sem o saber, alimentos provenientes de descendentes de clones.
Não há restrições específicas sobre estes produtos, nem sequer uma informação nos rótulos. Segundo uma sondagem da Comissão Europeia, a maioria dos europeus é contra a clonagem para fins alimentares, quer por uma questão ética, quer pelo bem-estar dos animais. Mais de 80% dos consumidores europeus pretende que a carne e o leite provenientes dessa origem sejam rotulados como tal.
Há um projeto de lei em debate em Bruxelas. A Comissão Europeia pretende proibir a clonagem e a carne subsequente. O Parlamento Europeu quer proibir completamente a venda de alimentos com origem em descendentes de clones.”
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