Posição de Trump sobre acordo nuclear gera tensão transatlântica

Posição de Trump sobre acordo nuclear gera tensão transatlântica
De  Isabel Marques da Silva
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A União Europeia discorda da avaliação do Presidente norte-americano quanto ao cumprimento do acordo nuclear por parte do Irão.

A União Europeia discorda da avaliação do Presidente norte-americano quanto ao cumprimento do acordo nuclear por parte do Irão.

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A ameaça de Donald Trump de não certificar a avaliação técnica pode gerar um mau ambiente entre os dois parceiros transatlânticos.

“Poderemos vir a ter um maior risco de confrontação entre os Estados Unidos e os países europeus, porque os últimos consideram que o Irão está a respeitar os seus compromissos em relação ao acordo de 2015. Os europeus não têm motivos para reintroduzir as sanções contra o Irão”, explicou, à euronwews, Pierre Vimont.


Agora analista político no centro de estudos Carnegie Europe, este ex-diplomata esteve envolvido nas negociações do acordo, que necessitaram de mais de uma década para chegarem a bom porto.

“Esta situação afeta a credibilidade dos Estados Unidos e, obviamente, os adversários e concorrentes dos EUA nessa região vão aproveitar a oportunidade para aumentar a sua influência. Estou a pensar na Rússia, por exemplo”, acrescentou Pierre Vimont.


Mas o ceticismo de Donald Trump é considerado positivo por alguns governos e analistas, como é o caso de Daniel Schwammenthal, diretor do AJC Transatlantic Institute, um instituto de defesa dos interesses judaicos.

“Independentemente das virtudes do acordo, sabemos que, daqui a uma dezena de anos, a maioria das restrições vão desaparecer e o regime iraniano terá uma capacidade nuclear legitimada pela comunidade internacional”, disse à euronews.


O correspondente da euronews em Bruxelas, Nima Ghadakpour, acrescenta que “a luta contra a proliferação nuclear está num impasse, de que são exemplos a situação na Coreia do Norte e o facto do Irão reivindicar o direito ao armamento nuclear”.

“Face a isso, há duas posições distintas: a dos defensores do confronto, como é o caso do Presidente norte-americano, e a dos apoiantes do apaziguamento, como é o caso da União Europeia”, concluiu.

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