Os deputados europeus vão analisar a situação em Malta ao nível da liberdade de imprensa, independência dos tribunais e sistema policial.
O Parlamento Europeu decidiu enviar uma delegação a Malta com um total de oito elementos provenientes do Comité de Liberdades Civis (LIBE) e do Comité contra a Evasão Fiscal (PANA).
Os deputados europeus vão analisar a situação em Malta ao nível da liberdade de imprensa, independência dos tribunais e sistema policial no contexto de questões relativas a práticas ilegais de financiamento e evasão fiscal.
A decisão surge na sequência da morte em outubro da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, assassinada em outubro após ter acusado o executivo de práticas de corrupção.
Mesmo perante a abstenção dos socialistas, a resolução conta com o apoio das principais formações políticas.
Entrevistada pela euronews, a eurodeputada maltesa Miriam Dalli, (Socialistas & Democratas) questiona a competência do parlamento europeu nesta matéria.
“Infelizmente, o que vemos no parlamento europeu é que estamos perante uma instituição que está a fazer ao mesmo tempo de juíz e jurí sem olhar em profundidade para o que se está a passar em Malta. O que aconteceu nos últimos quatro anos desafia muitos dos argumentos apresentados aqui no parlamento europeu”, afirma.
O partido trabalhista, partido no poder em Malta, reagiu às acusações dizendo que são provenientes do partido EPP e que o executivo já adotou medidas importantes a fim de promover a transparência como por exemplo, legislação para o financimento dos partidos, proteção dos denunciantes e o fim da prescrição para atos de corrupção levados a cabo por políticos.
Para a eurodeputada Roberta Metsola, do EPP, “estamos numa situação em que jornalistas são mortos, milhares de pessoas manifestam-se nas ruas questionando a competência das pessoas que dirigem a investigação e porque razão o primeiro-ministro não está a fazer nada”.
Esta terça-feira, o Parlamento Europeu debate esta questão cuja proposta de resolução irá a votação na quarta-feira. A ser aprovada, a resolução irá pedir a intervenção da Comissão Europeia no sentido de abrir um procedimento de diálogo sobre o Estado de Direito ao nível do governo maltês.