É sabido que as alterações climáticas causam destruição ambiental e perda de vidas, mas podem também levar ao agravamento de fatores que estão na base de conflitos, tais como a gestão de recursos naturais escassos e a pressão migratória.
A euronews falou com o vice-almirante norte-americano Lee F. Gunn, perito militar que apresentou, recentemente, um relatório sobre este tema, na NATO.
“Gostaríamos de ajudar os Estados cujo sistema de governação está mais fragilizado, por forma a não se tornarem estados falhados, territórios desgovernados, nos quais podem surgir novas organizações extremistas violentas ou onde as existentes podem conseguir recrutar mais membros”, disse o vice-presidente do Conselho Consultivo Militar da CNA.
On #MigrantsDay, remember: Migrants are people. Refugees are people.
— TIFF (@TIFF_NET) December 18, 2017
Over 65 million people around the world have been forced from their homes to escape famine, climate change, and war in the greatest human displacement since World War II. https://t.co/4GvxmM1W6dpic.twitter.com/vfPPFMNNpa
A comunidade militar começa a ver as alterações climáticas severas, tais como a subida do nível do mar e secas prolongadas, como um factor “multiplicador” de ameaças.
De acordo com o vice-almirante, a instabilidade causada pelas alterações climáticas poderá a ser aproveitada por organizações terroristas.
“Durante o tempo em que os membros do autodenominado Estado Islâmico controlavam território no Médio Oriente, limitavam a distribuição da água às pessoas e conseguiram coagir muitas delas, mais facilmente, a fazer tudo o que lhes exigiam”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem alertado que a falta de empenho no combate às alterações climáticas pode ter consequências não só socio-económicas mas, também, ao nível da segurança em todo o globo.
Finance is the key to successful climate action. We need more ambition – climate change is moving faster than we are and this is a war we cannot afford to lose. #OnePlanetpic.twitter.com/tZDn4kaDys
— António Guterres (@antonioguterres) December 12, 2017