Palestinianos querem europeus a substituir americanos na mediação

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De  Isabel Silva
Le ministre palestinien des Affaires étrangères, Ryad al-Malki
Le ministre palestinien des Affaires étrangères, Ryad al-Malki

A Autoridade Palestiniana reconhece o apoio financeiro que a União Europeia tem dado ao território nas últimas décadas, sobretudo ao nível da construção de infra-estruturas.

"Não recebemos instruções de Netanyahu"

Riyad al-Maliki Chefe da diplomacia, Autoridade Palestiniana

Mas é preciso ir mais longe politicamente, tomando o lugar dos EUA no processo de paz, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, em entrevista ao correspondente da euronews em Bruxelas.

"No momento em que os EUA deixaram de ser aceites pelos palestinianos como mediadores, abre-se a oportunidade para a União Europeia assumir o lugar e desempenhar esse papel", disse Riyad al-Maliki.

Mas o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeita essa ideia tendo declarado, domingo, que "não há alternativa à liderança americana no processo diplomático. Quem não estiver disponível para conversar com os americanos sobre a paz, não quer a paz".

O ministro palestiniano ripostou que "esse tipo de declarações não têm qualquer importância para nós, não recebemos instruções de ninguém e, muito menos, de Netanyahu".

"Examinamos a situação da nossa própria perspetiva. Netanyahu já rejeitou outras propostas de mediadores para o processo de paz, agora somos nós que rejeitamos os EUA como o único intermediário do processo de paz", acrescentou Riyad al-Maliki.

Os EUA têm uma longa tradição de mediação do conflito no Médio Oriente, sendo um dos pontos altos a cimeira de 2000, em Camp David, com Bill Clinton.

Mas com Donald Trump tudo mudou e agora o Presidente da Rússia também está interessado em liderar o processo, tendo convidado os líderes israelita e palestiniano para uma reunião em Moscovo, em meados de fevereiro.