Portos de Dover e de Calais preparam-se para Brexit
Para ser franco, não antevejo problemas. Há um ano que nos preparamos e foram investidos seis milhões de euros
Presidente-executivo do Porto de Calais
A fronteira britânico-francesa de Dover/Calais poderá ser uma dos primeiros pontos a sentir impactos negativos de um Brexit sem acordo, devido ao intenso tráfego de mercadorias e à pressão migratória.
Apesar de alguns planos de contingência para a saída do Reino Unido da União Europeia, uma ativista teme que aumente a deportação dos requerentes de asilo para países onde correm riscos.
"Sei bem que Reino Unido ficará fora da aplicação do regulamento de Dublin sobre asilo e que pessoas já não serão reenviadas para os países da União Europeia depois de lá terem sido identificadas", disse, à euronews, Claire Moseley, dirigente da associação Care4Calais.
O porto francês de Calais tem sido a casa provisória para milhares de pessoas que tentam atravessar o canal da Mancha para viver na ilha.
Mas é também porta de entrada e saída de muitos bens que transitam entre o continente europeu o porto inglês de Dover.
Cerca de 10 mil camiões fazem o percurso diariamente, mas o responsável pelo porto de Calais diz-se tranquilo.
"Para ser franco, não antevejo problemas. Há um ano que nos preparamos e foram investidos seis milhões de euros. Planeámos mais pontos de estacionamento e mecanismos de apoio, pelo que não há motivo para temer, como alguns dizes, maior lentidão e engarrafamentos", explicou, à euronews, Jean-Marc Puissesseau, presidente-executivo do Porto de Calais.
Já a falta de espaço em Dover para mais estacionamento e controlo alfandegário levou as autoridades britânicas a criarem rotas alternativas, nomeadamente uma melhor ligação entre Ramsgate e o porto belga de Oostende.