Na véspera da esperada rejeição da fusão entre a alemã Siemens e a francesa Alstom para o setor ferroviário, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, rejeitou críticas de que é uma força de bloqueio no esforço europeu para enfrentar gigantes económicos como a China.
Na véspera da esperada rejeição da fusão entre a alemã Siemens e a francesa Alstom para o setor ferroviário, o presidente da Comissão Europeia rejeitou críticas de que é uma força de bloqueio no esforço europeu para enfrentar gigantes económicos como a China.
Jean-Claude Juncker defendeu o seu executivo durante uma reunião com industriais, terça-feira, em Bruxelas: "Nos quase 30 anos desde que as primeiras regras europeias sobre fusões de empresas entraram em vigor, aprovamos mais de seis mil operações e bloqueamos menos de 30".
"Esta é a mensagem que envio àqueles que dizem que a Comissão Europeia é composta de tecnocratas cegos, estúpidos e teimosos", acrescentou Juncker.
A decisão de Bruxelas sobre o negócio germano-francês poderá ser anunciada na quarta-feira, segundo a agência de notícias Reuters.
Durante a divulgação dos resultados trimestrais, há menos de uma semana, o diretor-geral da Siemens, Joe Kaeser, disse que não iria lutar por uma fusão a qualquer preço
"Não nos sentimos sombrios, não estamos amargos, nem zangados. Se funcionar, será bom para a Europa, para a Siemens, para a Alstom e para os clientes. Se não, continuaremos liderando o setor da mobilidade como antes", referiu Joe Kaeser.
O argumento das empresas - bem como dos governos alemão e francês - é que criar uma maior potência ferroviária europeia permitiria defender o mercado europeu à escala global, nomeadamente contra a empresa estatal chinesa CRRC, líder mundial.
A fusão também colocaria os europeus à frente da empresa canadiana Bombardier.
A comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, tem dito que a Siemens e a Alstom não necessitam de se fundir para poderem competir à escala global.