Afeganistão: 3,6 milhões de pessoas poderão morrer de fome
No conflito mais mortífero do mundo, poderá ocorrer uma grande crise humanitária em 2019, devido à pior seca no Afeganistão dos últimos 25 anos.
Quase um terço dos 36 milhões de habitantes vive com menos de uma refeição por dia.
A ONU tem tido dificuldade em obter os 600 milhões de euros para este ano, disse um alto funcionário, depois de contatos com as instituições da União Europeia, quinta-feira, em Bruxelas.
"Estou um pouco desiludido porque estamos quase no final de fevereiro e até agora só recebemos três por cento do que é necessário. Penso que 3,6 milhões de pessoas do Afeganistão que estão a um passo da inanição poderão morrer", Toby Lanzer, representante especial adjunto da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão.
Este mês, Donald Trump anunciou a intenção de retirar algumas das 14 mil tropas norte-americanas, pondo fim a quase 20 anos de intervenção militar.
Mas isso poderia colocar mais pressão na situação política já tensa devido às negociações de paz em curso com os Taliban e às eleições presidenciais marcadas para julho, explica Toby Lanzer.
"A maior fome no país é pela paz e todas as iniciativas que estão a ser tomadas por vários países, parceiros e, mais importante, pelas pessoas e líderes do Afeganistão para colocar fim a 40 anos de guerra tem de ser, naturalmente, a prioridade número um", afirmou o alto funcionário da ONU.
A paz permitira dar maior ajuda aos 54 por cento da população que vivem abaixo da linha da pobreza e receber os quatro milhões de refugiados que vivem nos países vizinhos.