Trabalho mata 200 mil por ano na UE

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De  Isabel Marques da Silva  & Ana LAZARO
Trabalho mata 200 mil por ano na UE
Direitos de autor  REUTERS

Ser bombeiro é uma profissão de risco por natureza, mas os profissionais estão a ser confrontados com problemas de longo prazo até agora menos conhecidos. O cancro é um deles, causado por gases tóxicos presentes durante as intervenções.

O belga Johnny Casier obteve esse diagnóstico, há dois anos. Além de lutar para se curar, perde energia com a batalha administrativa par ver reconhecida esta doença como decorrente do exercício da profissão.

"No começo não nos preocupamos com o que vai fazer a administração pública, apenas nos importamos com a doença, com a nossa família, os filhos. Mas depois apercebemo-nos da conta a pagar e temos a expetativa de que o Estado ajude a responder ao fardo económico", disse, à euronews.

Foram tomadas algumas medidas para proteger os bombeiros ao nível da desintoxicação das fardas, mas a Bélgica não é um dos países, tais como Canadá ou Noruega, que reconhece a relação causa-efeito em termos de cancro.

Mais diretivas da UE

A Confederação Europeia de Sindicatos pede medidas aos futuros eurodeputados contra os impactos da profissão na saúde.

  • Quase 200 mil pessoas morrem anualmente, na União Européia, devido a doenças e acidentes relacionados com o trabalho.
  • Cerca de 100 mil mortes são casos de cancro, que é agora o fator principal de incapacidade e morte, representando 53% dos casos conhecidos mas há muitos que não são assim classificados pelas autoridades.

Os acidentes são outros fator importante de morte e incapacidade, sendo os setores de atividade mais afetados os da construção, transporte e armazenamento.

Numa manifestação junto das instituições da União Europeia, em Bruxelas, na semana passada, os sindicatos pediram mais medidas de prevenção e maiores compensações financeiras.

"Uma das razões pelas quais estamos aqui é para pedir aos membros do próximo Parlamento Europeu que responsabilizem os empregadores, para garantir que não continuam a fugir às suas responsabilidades", disse a sindicalista Esther Lynch.

Entre as reivindicações da confederação estão também novas diretivas europeias sobre o stress, as lesões musculoesqueléticas, acidentes rodoviários e suicídio relacionados com o trabalho.