"Breves de Bruxelas": Farage mobiliza nova vaga eurocética

"Breves de Bruxelas": Farage mobiliza nova vaga eurocética
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De  Isabel Marques da Silva
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"Breves de Bruxelas": Farage mobiliza nova vaga eurocética

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O grupo Europa da Liberdade e Democracia Direta no Parlamento Europeu é liderado, desde 2004, por um dos mais antigos e conhecidos eurocéticos: o britânico Nigel Farage.

O ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido não escondeu o jogo no início do atual mandato, em 2014.

"Há agora mais eurocéticos neste Parlamento do que nunca e muitos deles não subscrevem uma União cada vez mais integrada, não querem um hino europeu. O que querem é uma Europa moderna, onde possamos negociar juntos, cooperar e ter respeito mútuo. Devo dizer-lhe Sr. Lamberts: Não se preocupe muito com a minha presença, porque daqui a cinco anos já cá não estarei", disse no hemiciclo.

Mas afinal, poderá continuar para além dos 20 anos que já leva no Parlamento Europeu. O seu novo partido chama-se Brexit e é por ele que concorre às eleições em 2019.

"Eu não deveria estar aqui, vocês não deveriam estar aqui. Nada disto deveria estar a acontecer. Deveríamos ter saído da União Europeia. Mas diabos me levem se depois de 25 anos a lutar, eu vou desistir e permitir que os políticos nos façam isso", afirmou Farage durante uma ação de campanha.

Os populistas italianos

A bancada de eurocéticos que lidera no Parlamento Europeu tem 42 eurodeputados e Farage partilha essa liderança com um italiano do partido populista 5 Estrelas.

A maior delegação da Europa da Liberdade e Democracia Direta pode ser britânica, com 18 membros, mas logo a seguir vem a italiana com 14 eurodeputados.

Há ainda seis franceses. Com apenas um eurodeputado estão as delegações da Polónia, Lituânia, Alemanha e República Tcheca. 

A bancada quer acabar com o euro e alerta contra os riscos de uma espécie de Estados Unidos da Europa. Têm estado, também, ao lado de movimentos contestatários como os coletes amarelos em França.

"Há uma enorme violência do poder financeiro que se expressa sob o disfarce de um poder democrático. Um poder que se mobiliza contra a sua própria população, uma população que está agora consciente do estado de servidão", disse Florian Phillpott, um dos membros franceses da bancada.

Desde que Itália ficou com um governo populista, em 2018, a voz da bancada tornou-se ainda mais audível, através dos recados do vice-primeiro-ministro por parte do movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio.

"Na Europa, vamos estar par lá das habituais linhas direita e esquerda, incluindo de extrema-direita ou da esquerda radical. Uns traíram a população, outros traíram a classe empresarial. Nós seremos o personagem principal, a agulha da bussola no novo Parlamento Europeu", disse Di Maio, em campanha.

A "concorrência" da extrema-direita

Apesar de Luigi de Maio estar no poder com a extrema-direita italiana, quando o grupo Europa da Liberdade e Democracia Direta se formou não conseguiu arregimentar os eurodeputados da extrema-direita francesa e holandesa, devido a conflitos de personalidade e diferenças ideológicas.

No grupo Europa das Nações e da Liberdade estão outros 37 eurodeputados. Mas a partir de 2019 a ala mais à direita no Parlamento Europeu poderá recompor-se e, a crer nas sondagens, ocupará ainda mais assentos.

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