Pairam dúvidas sobre alguns nomes como o belga Didier Reynders e mesmo a portuguesa Elisa Ferreira
A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfrenta uma dura batalha para ver a sua escolha de comissários aprovada pelo Parlamento Europeu.
Porventura, a escolha mais controversa é a do grego Margaritis Schinas para a pasta designada de "Proteção do modo de vida europeu", pasta que inclui questões relacionadas com as migrações.
"Existe uma inconsistência entre o nome desta pasta e o conteúdo da missão. Tem que ser claro. Como é que ela vai clarificar isto?", interroga-se Dacian Ciolos, eurodeputado e líder do grupo Renew Europe no Parlamento Europeu.
Outro candidato na mira dos eurodeputados é o húngaro Lazlso Trocsanyi, designado para a pasta do Alargamento. No entanto, pesam questões de credibilidade durante o período que passou como ministro da Justiça na Hungria, incluindo mesmo no seio da sua própria família política.
"Quanto à questão de saber se ele é um europeu convicto, cabe-lhe a ele convencer-nos. É essa a sua responsabilidade", afirma a este propósito o presidente do Partido Popular Europeu, Manfred Weber.
Pairam igualmente algumas nuvens sobre o belga Didier Reynders e a francesa Sylvie Goulard, ambos envolvidos em acusações financeiras obscuras nos seus países.
E apesar do candidato holandês Frans Timmermans ocupar o cargo de número dois, responsável pelo Plano Ambiental, os Verdes no parlamento ainda não estão convencidos.
"Quando se autoriza o transporte aéreo de milhares de toneladas de carne, será que o empenho em questões ambientais é sério?", interroga-se Phillip Lamberts, co-líder da bancada dos Verdes.
Quanto à comissária europeia indigitada para a pasta da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira tem até quarta-feira da próxima semana para esclarecer dúvidas que pesam sobre alguns elementos da sua declaração de interesses.
Em causa está o cargo do seu marido que é o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, organismo responsável pela gestão de fundos comunitários.
Entretanto, Elisa Ferreira já deu ordem de venda de ações que detinha do grupo Sonae e que poderiam vir a ser motivo de incompatibilidade para o cargo de comissária.
Todos os 26 candidatos serão interrogados pelos respetivos comités no Parlamento Europeu antes de 8 de outubro.