Eurodeputados aprovam Comissão Europeia e deixam avisos

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Direitos de autor  REUTERS/Vincent Kessler
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De  Isabel Marques da Silva
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A Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen vai poder tomar posse a 1 de dezembro: a equipa foi aprovada com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, mas muitos eurodeputados deixaram avisos e alertas.

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A Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen vai poder tomar posse a 1 de dezembro, um mês depois do previsto devido ao chumbo de três indigitados para o colégio no início do processo de audições parlamentares.

A equipa foi aprovada com uma grande maioria de 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

O presidente do Parlamento, David Sassoli, assinou a carta de nomeação, numa cerimónia que culminou ao final da manhã, depois da presidente-eleita ter apresentado o programa, no qual a prioridade é combater as alterações climáticas.

"Quando vemos Veneza ficar debaixo de água, as florestas de Portugal em chamas, as colheitas da Lituânia dizimadas a metade por causa da seca, são coisas que já aconteceram antes, sem qualquer dúvida, mas nunca com esta frequência e esta intensidade. Não podemos perder mais tempo no combate às alterações climáticas", disse Ursula von der Leyen.

O editor de política da euronews, Darren McCaffrey, realça que apesar da "vitória confortável", a Comissão Eurpeia vai ter de trabalhar com um Parlamento Europeu muito mais fragmentado e assertivo. 

"A falta de uma maioria parlamentar estável poderá trazer problemas a Ursula von der Leyen. Um eurodeputado disse que a equipa não tem um cheque em branco, pelo que a presidente terá de fazer acordos ad hoc, na esperança de pôr em prática os seus compromissos políticos", acrescentou Darren McCaffrey.

Avisos das bancadas

Muitas das abstenções vieram do grupo dos Verdes, mas também houve avisos de outras bancadas:

Ska Keller, verdes, Alemanha: "Manchetes verdes não são suficientes. Precisamos de um conteúdo, de uma agenda ambiciosa".

Jordan Bardella, extrema-direita, França: "Esta Comissão limita-se a fazer a continuidade da anterior. Este jogo de cadeiras, a que assistimos nas últimas semanas, não serviu para nada".

Dacian Cioloș, liberal, Roménia: "Esta Comissão é fruto de um exame minucioso que o Parlamento teve de levar a cabo, mais isso vai torná-la mais forte".

Reuters

Iratxe García, centro-esquerda, Espanha: "Do sucesso desta legislatura dependerá, em grande medida, a continuidade do projeto da União Europeia".

Manfred Weber, centro-direita, Alemanha": Vamos sempre proteger, promover e garantir o modo de vida europeu".

O Brexit poderá ser a primeira dor de cabeça para o novo executivo comunitário, cujas decisões poderão enfrentar desafios legais. 

Em causa está o facto do primeiro-ministro britânico Boris Johnson ter recusado nomear um comissário, como obriga o tratado da União Europeia, já que continua a ser um Estado-membro de pleno direito.

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