Os ex-líderes do movimento independentista catalão, Carles Puigdemont e Toni Comín, foram eleitos, em maio de 2019, para o Parlamento Europeu, mas só esta segunda-feira tomaram posse, depois de terem recebido uma decisão favorável por parte da justiça da União Europeia.
Viajaram do exílio em Bruxelas, na Bélgica, para Estrasburgo, em França, a fim de participarem na primeira sessão plenária do Parlamento Europeu em 2020. Os ex-líderes do movimento independentista catalão, Carles Puigdemont e Toni Comín, foram eleitos eurodeputados em maio de 2019 e com a tomada de posse esperam maior apoio europeu à sua causa.
"Estamos aqui para recordar, para reivindicar às instituições da União Europeia que se envolvam no sentido de obter uma solução baseada no diálogo, pela via política e respeitando a vontade do povo. A vontade do povo da Catalunha é poder decidir, via referendo, o seu próprio futuro", disse Carles Puigdemont aos jornalistas.
Cerca de três centenas de catalães foram dar as boas-vindas aos eurodeputados que receberam as credenciais depois de uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que lhes reconheceu o estatuto de eleitos.
"Hoje conseguimos uma vitória. Finalmente, a Europa vai poder conhecer-nos, perceber que não somos violentos e que o Estado de direito deve ser aplicado a todos", disse uma das manifestantes.
Ausência de Junqueras
Contudo, um terceiro independentista eleito, Oriol Junquera, não esteve presente porque já se encontra a cumprir uma pena de 13 anos de prisão por sedição e utilização indevida de fundos públicos.
"O facto destes dois membros estarem aqui prova que existe uma legitimidade que devia ser aplicada aos três. A ausência de Oriol Junqueras mostra que se está agir contra a legitimidade democrática porque os três são eurodeputados legitimamente eleitos", afirmou Jordi Vilanova, ativista pela independência da Catalunha.
Os eurodeputados espanhóis eleitos pelos partidos Popular, Ciudadanos e Vox são dos mais críticos sobre a tomada de posse, mas os eleitos pelo partido Socialista aceitaram a decisão da justiça europeia.
"Estamos na casa da democracia e acredito que todos os democratas desta casa - nomeadamente a delegação socialista espanhola, o nosso grupo político e o nosso presidente - todos acatam e respeitam as decisões judiciais. A justiça decidiu que esses dois senhores podem ser eurodeputados espanhóis - lembro que são espanhóis - e nós respeitamos isso", disse Javier Moreno, eurodeputado espanhol do centro-esquerda.