Greta acusa políticos europeus de "rendição" na lei climática

Greta acusa políticos europeus de "rendição" na lei climática
Direitos de autor Kirsty Wigglesworth/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved
Direitos de autor Kirsty Wigglesworth/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved
De  Isabel Marques da Silva
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Convidada para uma rara reunião com a Comissão Europeia, em Bruxelas, a jovem ativista Greta Thunberg não deixou de mostrar a sua desilusão com a chamada lei climática apresentada pelo executivo europeu, esta quarta-feira, em Bruxelas.

PUBLICIDADE

Convidada para uma rara reunião com a Comissão Europeia, em Bruxelas, a jovem ativista Greta Thunberg não deixou de mostrar a sua desilusão com a chamada lei climática apresentada pelo executivo europeu, esta quarta-feira, em Bruxelas.

A proposta visa obrigar os 27 Estados-membros da União Europeia a colocarem na lei nacional que vão ser neutrais em emissões de poluentes em 2050, o que mereceu um Twitt pouco elogioso da jovem, usando o termo "rendição".

A ativista e os 34 jovens escreveram uma carta aberta na qual avisam que é precisa ação imediata porque daqui a 30 anos será tarde demais. Criticam a resistência dos governos em adotarem, agora, e não dentro de décadas, metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono e manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius até o final do século.

A jovem visitou, também, o Parlamento Europeu e participou numa reunião da comissão para o Ambiente, onde repetiu a mensagem de urgência.

"Esta lei climática é uma rendição porque a natureza não regateia e não se pode fazer acordos sobre as leis da física", disse Greta Thunberg.

Rever as metas para 2030?

A proposta da Comissão Europeia visa criar um mecanismo para aumentar, regularmente, a meta de redução de emissões nas próximas três décadas. No entanto, não apresentou novo valor para aumentar o corte de emissões do bloco para 2030.

Peter Lise, eurodeputado do cento-direita alemão, disse que a estratégia não é assim tão fraca: "Entendo muito bem sua mensagem, mas devo dizer que acho que a lei climática é ambiciosa. É ambiciosa porque almeja a neutralidade de emissões de carbono".

"Penso que é também ambicioso subir na meta de 2030, mesmo que seja apenas uma subida de 40 para 50 por cento no corte de emissões, porque é um passo importante", acrescentou.

Como vem sendo habitual, há políticos que não resistem à tentação darem sermões à jovem sueca sobre como deve viver a sua vida, apesar dos protestos audíveis de outros parlamentares.

"Volte para a escola e volte para uma vida normal. A sua infância é tão preciosa quanto o clima e se não fizer nada a respeito, vai perdê-la para sempre", aconselhou Pietro Fiocchi, eurodeputado conservador italiano.

Mas há milhões de jovens em todo o mundo que consideram terem o direito de se manifestar - faltando, por vezes, às aulas para integrarem marchas nas ruas -, sobre uma política que tem direto impacto na sustentabilidade da vida no planeta dentro de uma geração.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Nova lei climática da UE cria grande desafio económico

100 dias de Comissão Europeia - o desígnio ecológico

Eleições na Catalunha: sondagem aponta para vitória dos socialistas e empate entre ERC e Junts