Modelo ecológico para salvar Política Agrícola Comum

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De  Isabel Marques da SilvaGrégoire Lory
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Este setor costumava receber a maior fatia de fundos comunitários, mas existem pressões para que seja usado menos dinheiro e criado um modelo que ajude na luta contra as alterações climáticas, para as quais muito contribui a agro-indústria de larga escala.

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O futuro da Política Agrícola Comum (PAC) em contexto de pandemia domina a agenda dos ministros da União Europeia com esta pasta que se reúnem, quarta-feira, por videoconferência.

Este setor costumava receber a maior fatia de fundos comunitários, mas existem pressões para que seja usado menos dinheiro e criado um modelo que ajude na luta contra as alterações climáticas, para as quais muito contribui a agro-indústria de larga escala.

"É um sistema muito injusto. Em pouco mais de uma década, perdemos quatro milhões de pequenas explorações, que foram devoradas por outras maiores. Um por cento do universo de agricultores recebe um terço de orçamento da PAC. É um sistema que não se pode continuar a justificar e que deve ser reformado completamente", explicou o ambientalista Marco Contiero, diretor de política agrícola na delegação da Greenpeace, em Bruxelas.

A PAC absorveu 40% do orçamento da União Europeia de 2014 a 2020. Seja a mesma ou um percentagem menor, esta deverá ser canalizada para milhões de pequenos e médios produtores, na opinião do ambientalista.

"Pensamos que o dinheiro público não deve ser gasto para apoiar os proprietários de herdades com milhões de hectares, mas para apoiar os agricultores de respeitam o meio ambiente e cujas quintas proporcionam benefícios sociais", acrescentou Marco Contiero.

Agricultura de acordo com o Pacto Ecológico Europeu

O presidente da comissão de Agricultura do Parlamento Europeu, Norbert Lins, apoias as ideias dos ambientalistas, mas defende um modelo equilibrado que leve em conta os desafios criados pela pandemia da Covid-19 em termos de cadeia de fornecimento alimentar.

"Podemos implementar todas as lições aprendidas com esta crise e discuti-las nas negociações em curso no Parlamento e no Conselho europeus", disse Norberto Lins, que é um eurodeputado alemão no grupo do centro-direita.

O Parlamento Europeu tem sido contrário a cortes nos fundos da PAC no próximo orçamento para 2021-2027 e diz que é possível usá-la de acordo com os princípios do novo Pacto Ecológico Europeu, que enquadra a reforma da atividade económica para os próximos anos.

"Eu e a maioria da comissão de Agricultura apoiamos a ideia de aumentar as ajudas às pequenas explorações, apostando na sustentabilidade, na produção de alimentos sem químicos e de outras medidas para diminuir os impactos ambientais e as alterações climáticas. Verá nos detalhes da proposta do comissão de Agricultura todas essas propostas", explicou o eurodeputado em entrevista à euronews.

A Comissão Europeia também vai apresentar, este mês, a estratégia denonimada "Do prado ao prato", com metas para uma produção de alimentos mais saudável e sustentável.

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