Retoma no turismo exige mais dinheiro e coordenação

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De  Isabel Marques da SilvaChristopher Pritchard
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A desarticulação entre os Estados-membros da União Europeia não ajudou o setor porque havia medidas divergentes e conflituosas, nomeadamente em termos de critérios sobre a necessidade de fazer testes e quarentena, bem como no estabelecimento de corredores turísticos.

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A União Europeia costumava ser líder mundial em termos de turismo, com uma fatia de 40% do mercado de viajantes internacionais, mas a pandemia de Covid-19 congelou o setor este verão, afetando muito o Produto Interno Bruto (PIB) comunitário.

O turismo representa 10% da criação de riqueza anual na União Europeia, com  2,4 milhões de empresas (das quais 90% são de pequenas e média dimensão), que empregam 23 milhões de pessoas e estima-se que seis milhões perderam os postos de trabalho devido à pandemia.

O apoio à lenta retoma do setor é essencial, segundo a eurodeputada portuguesa de centro-direita Cláudia Monteiro de Aguiar: “A Comissão Europeia deve, urgentemente, enviar as verbas destinadas aos Estados-membros para fazer face às necessidades específicas da indústria do turismo, porque tem sido afetada de uma forma particular por comparação com outros setores da economia. Os próximos dois anos, pelos menos, serão difíceis e vai ficar-se longe do volume de negócios de 2019, por exemplo”.

Medidas sobre quarentena criaram caos

A desarticulação entre os Estados-membros também não ajudou porque havia medidas divergentes e conflituosas, nomeadamente em termos de critérios sobre a necessidade de fazer testes e quarentena, bem como no estabelecimento de corredores turísticos.

A Comissão Europeia está a trabalhar em mais uma proposta de coordenação a esse nível, algo que foi bem recebida pela industria que considera a atual situação caótica.

“Penso que é muito importante que a Comissão Europeia exerca algum tipo de controlo sobre a forma como os governos tomam essas decisões. A proposta para que haja alguma forma de coordenação no que toca a medidas de quarentena é muito bem-vinda porque atualmente há uma grande fragmentação, com tudo a ser decidido numa base nacional. Não há consistência, nem qualquer conformidade com um padrão que se aplique a toda a Europa, pelo que atualmente é um caos", disse Tom Jenkins, diretor-geral da Associação Europeia de Turismo.

Maior sustentabilidade

Para o eurodeputado irlandês dos verdes Ciaran Cuffe, a pandemia deve ser aproveitada para criar um modelo de turismo mais sustentável: “Há um novo papel para o Parlamento Europeu e para toda a União Europeia em termos de ação climática. Devemos deixar de dar incentivos ao turismo de curta duração e focar-nos num modelo mais ecológico, no qual as pessoas passam mais tempo numa região, usando mais o comboio, se for possível e quando as distancias são mais curtas, por forma a evitar os voos nessas circunstâncias. Deve alocar-se um pouco mais de tempo e esforço num tipo de oferta que crie emprego a nível local e que tenha menos impacto nas emissões de dióxido de carbono".

O turismo representa 19% do PIB de Portugal, sendo o quarto Estado-membro mais dependente deste setor, depois da Croácia, Chipre e Grécia.

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