Pequenos empresários esperam "chuva" de euros da UE

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De  Isabel Marques da Silva  & Susan Dabbous
Pequenos empresários esperam "chuva" de euros da UE
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Compre uma T-shirt e poderá ganhar uma noite grátis em alojamento local, em Roma. A ideia é do italiano Antonello Alivernini, que telefonou para os seus antigos hóspedes durante o confinamento para conter a pandemia de Covid-19 a fim de dinamizar o negócio.

O pequeno empresário não recebeu ajuda do Estado italiano e agora espera obter algum dinheiro do novo fundo de recuperação da União Europeia.

"Penso que o posto-chave é que a União Europeia reconhece todos os cidadãos como trabalhadores e todos os trabalhadores como cidadãos. Portanto, deve começar-se por perceber as circunstâncias de vida e de trabalho das pessoas para que a União Europeia e os governos dos Estados as possam depois ajudar", disse Antonello Alivernini à euronews.

A Itália tem mais de cinco milhões de pequenas e médias empresas e o setor do turismo é responsável a cerca de 13% da riqueza nacional anual do país. Com a pandemia, milhares de pessoas perderam os postos de trabalho.

Economia real são PMEs e microempresas

O país vai receber 209 mil milhões de euros do fundo de recuperação - uma das maiores fatias -, dos quais 82 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido e o restante em empréstimos.

Os líderes europeus têm prometido que o dinheiro será, sobretudo, usado para ajudar a chamada economia real, isto é, empresas que têm menos poder de endividamento na banca comercial e os seus representantes vão cobrar a promessa.

"Pedimos à União Europeia uma atenção particular para as pequenas e médias empresas (PMEs), e ainda mais em particular para as microempresas, porque são estas empresas que constituem a maioria do tecido produtivo. Pedimos medidas específicas que se ajustem à dimensão das empresas, por forma a não deixar de fora as mais pequenas", afirmou Elisa Vitella, da Confederação italiana de Artesanato e PMEs.

Execução dos planos nacionais

Os governos terão de apresentar planos nacionais detalhados que serão validados pela Comissão Europeia.

Os projetos devem ajudar a modernizar cada país ao nível da transição ecológica, como por exemplo no uso de energia renovável, e na transição digital, sendo o comércio online outro exemplo.

“O dinheiro tem que ser bem gasto porque as instituições europeias vão ser muito rigorosas ao nível da qualidade e da viabilidade dos projetos. A capacidade de execução dos fundos vai ser muito importante, bem como a qualidade dos projetos. Será preciso provar que um país tem ideias claras e a capacidade de absorver estas verbas e não podemos atrasar-nos de forma alguma", explicou Patrizia Toia, eurodeputada socialista italiana.