Trégua terá duração de cinco anos
A aguardada cimeira UE-EUA desta terça-feira, em Bruxelas, serviu para colocar um ponto final numa contenda de 17 anos centrada nos subsídios às fabricantes de aeronaves Airbus e Boeing.
Depois de uma noite de negociações entre as delegações das partes, o presidente dos EUA, Joe Biden, começou a jornada reunindo-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von Der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Do encontro, saiu o anúncio da suspensão das tarifas mútuas impostas às exportações dos dois blocos nos próximos cinco anos.
A manifestação da vontade de melhorar as relações verbalizada à chegada ao encontro foi um prenúncio das boas notícias que estavam para vir.
"A América está de volta. Reiteramos o nosso compromisso e nunca partimos verdadeiramente. Mas estamos a reafirmar o facto de que é do interesse dos EUA ter um ótimo relacionamento com a NATO e com a União Europeia. Tenho uma visão diferente do meu antecessor", clarificou, antes da reunião, Joe Biden.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von Der Leyen, acrescentou: "De facto, os últimos quatro anos não foram fáceis. O mundo mudou drasticamente, a Europa mudou. Mas queremos sublinhar que somos amigos e aliados, e que queremos muito trabalhar em conjunto."
Mais difícil será encontrar uma solução para a guerra das tarifas às importações de aço e alumínio da União Europeia, uma herança pesada da era Trump, considerada uma pedra no sapato de Biden.
Entre outras matérias da agenda da cimeira constam a criação de um Conselho conjunto de Comércio e Tecnologia entre os EUA e a UE. Representa uma arma para combater o poder tecnológico crescente da China.