Chefe da diplomacia europeia não exclui a possibilidade de um quinto conjunto de medidas restritivas
Em coordenação com os EUA, Reino Unido e Canadá, a União Europeia adotou um novo pacote de sanções - o quarto - contra o regime do presidente bielorrusso Aleksander Lukashenko.
Reunidos no Luxemburgo, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 decidiram sancionar 78 indivíduos, incluindo os ministros da Defesa e dos Transportes da Bielorrússia. As medidas restritivas também contemplam oito entidades, pelo envolvimento em violações de direitos humanos e o desvio forçado do avião da Ryanair, que ligava Atenas a Vilnius.
O chefe da diplomacia europeia não exclui a possibilidade de um quinto pacote de sanções. Josep Borrell admitiu que as sanções económicas afetarão tudo e todos, mas lembrou que não há alternativa: "Quando forem aplicadas, as sanções económicas vão influenciar o comportamento do regime porque terão impacto na economia do país. Não é uma varinha mágica, mas esta é a ferramenta que temos ao nosso dispor."
São particularmente visados os setores da banca e as indústrias ligadas ao petróleo e cloreto de potássio, uma das principais exportações do país.
As medidas são uma resposta ao desvio de um avião comercial da Ryanair, que partiu da Grécia rumo à Lituânia. Acabaria por aterrar de emergência em Minsk, seguindo-se a detenção do jornalista Raman Pratasevich e da companheira Sofia Sapega.
Em entrevista à Euronews, o chefe da diplomacia grega, Nikos Dendias, disse considerar avançar com uma ação judicial: "As sanções não são contra a economia bielorrussa, mas contra o regime da Bielorrússia. O que a União Europeia está a tentar fazer é claramente apoiar a sociedade bielorrussa nos esforços para restaurar a democracia no país. Dito isto, não esquecemos o problema do sequestro dentro do avião da Ryanair. Como o avião partiu de Atenas para Vilnius, a Grécia está a examinar se deve ser instaurada uma ação penal contra os responsáveis pelo sucedido."
O pacote de sanções deverá reunir o consenso dos líderes da União Europeia no final da semana, durante uma cimeira em que se discutirá a relação estratégica com a Rússia.