Pascal Lamy: "Ocidente está a reagir atacando o ponto fraco da Rússia"

Pascal Lamy: "Ocidente está a reagir atacando o ponto fraco da Rússia"
Direitos de autor Dmitri Lovetsky/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved
Direitos de autor Dmitri Lovetsky/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) diz que o bloco comunitário está a dar passos em direção ao que começa a parecer-se com uma potência europeia, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer

PUBLICIDADE

Face à ofensiva russa em curso na Ucrânia, a União Europeia (UE) defende uma resposta económica. Os 27 Estados-membros da UE adotaram vários pacotes de sanções particularmente severas, mas a arma comercial não é novidade.

O embargo económico dos EUA contra Cuba ou as sanções internacionais contra o regime do "apartheid", na África do Sul, mostram como o recurso a essa ferramenta é recorrente.

No entanto, para o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, há, agora, uma diferença.

"Desta vez foi a proporção que mudou, porque a Rússia é um grande ator em vários mercados, em particular no mercado da energia e dos alimentos. O Ocidente está a reagir atacando o ponto fraco da Rússia, que é a economia", sublinhou Pascal Lamy.

A Rússia está entre os três maiores produtores de petróleo do mundo e controla 20% das reservas mundiais de gás.

Também é uma potência agrícola, já que o país é o maior exportador mundial de trigo.

O peso nesses mercados levanta questões sobre as consequências ligadas às sanções, mas com essas medidas os 27 também estão criar um pouco mais de autonomia comercial e estratégica, acrescentou Pascal Lamy: "pouco a pouco, sim, a União Europeia avança para as margens do poder com que sonham alguns europeus - nem todos. Inclusive em termos de política comercial é assim. E depois, além disso, há medidas mais simbólicas, como a que consiste em exportar armas letais para um país em guerra. Penso que, de fato, demos mais uma vez um passo em direção ao que está a começar a parecer-se com uma potência europeia, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer".

Há dez anos que a União Europeia quebra vários tabus com, por exemplo, a intervenção do Banco Central Europeu durante a crise do subprime em 2008 ou o agrupamento de parte da dívida com o plano de recuperação face à pandemia de Covid-19.

Agora, os 27 Estados-membros continuam a jornada rumo a uma maior integração.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Política da UE. Parlamento Europeu terá novas regras mas há poucas mudanças para as mulheres

Líderes da UE sob pressão de Zelenskyy para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia

Debate sobre o futuro do Pacto Ecológico reacende profundas divisões