Na região de Bruxelas, cerca 30% da população não têm médico de família, de acordo com as estimativas da ONG Médecin du Monde.
Os Centros Sociais e de Saúde Integrados visam favorecer a igualdade de acesso aos cuidados de saúde para todos os cidadãos da região de Bruxelas.
O projeto lançado em 2016, com o apoio da política de coesão europeia, privilegia uma abordagem centrada no paciente, a nível médico e social.
"Em Bruxelas, há uma classe média alta que não tem muitos problemas em relação ao acesso aos serviços de saúde mas há também uma classe trabalhadora que não obtém o que precisa. Há muitos serviços, é um território com muita oferta. Há serviços sociais, serviços de saúde, incluindo saúde mental e planeamento familiar. Mas muitas pessoas têm dificuldade em orientar-se. E quando estão numa situação precária têm ainda mais dificuldade em encontrar o caminho. Estamos a falar de pessoas que estão aqui há muito tempo, mas que não falam uma das línguas nacionais ou pessoas que estão aqui há pouco tempo e não compreendem o sistema", explicou Pierre Verbeeren, diretor da Ação Social do Centro Público de Ação Social da cidade de Bruxelas, um dos promotores do projeto.
Os públicos alvos são idosos que vivem isolados e pessoas pobres, em particular imigrantes.
"Um conjunto de organizações, a ONG Médecin du Monde e também centros médicos e serviços sociais chegaram à conclusão de que havia um problema. Por isso, reunimo-nos. Trabalhámos muito sobre a questão do acesso, para saber porque razão as pessoas não usavam os serviços. Durante dois anos, tentámos fazer um diagnóstico preciso para compreender o que era preciso pôr em prática. Depois desse trabalho, com a ajuda da União Europeia, definimos o conceito de centro social e de saúde integrado, um lugar onde cada pessoa pode encontrar uma resposta ao nível de todos os serviços a partir do seu próprio problema específico", explicou o responsável.