Na semana passada, Ursula von der Leyen esteve em Budapeste para falar com Viktor Orban, mas a reunião não produziu resultados concretos.
A recusa da Hungria em aprovar, rapidamente, a proposta de embargo total ao petróleo russo apresentada pela Comissão Europeia suscitou críticas da Lituânia.
À chegada à reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, na segunda-feira, o chefe da diplomacia da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, afirmou que "infelizmente, toda a União está a ser mantida refém por um Estado-membro que não nos pode ajudar a encontrar um consenso". E acrescentou: "Temos de estar de acordo. Não podemos ser mantidos como reféns".
O responsável alegou que a Comissão Europeia fez várias concessões, como o alargamento do prazo para o embargo definitivo até 31 de Dezembro de 2024. "Penso que todos esperavam que essa proposta fosse suficiente e não consigo explicar porque não é", disse Gabrielius Landsbergis.
Na semana passada, Ursula von der Leyen esteve em Budapeste para falar com Orban, mas a reunião não produziu resultados concretos.
O primeiro-ministro Viktor Orban descreveu a proibição da importação do petróleo russo como uma "bomba atómica" para a economia do seu país.
Durante uma conferência de imprensa transmitida nas redes sociais, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro Péter Szijjártó afirmou: "Não compreendo o que o Ministro dos Negócios Estrangeiros lituano está a dizer. É mentira que estamos a manter toda a UE refém".
“Se fizermos um esforço para apresentar uma frente unida contra a Rússia, seremos bem sucedidos”
Na semana passada, o chefe da diplomacia da Hungria afirmou que o país precisaria de quase 800 milhões de euros para melhorar as suas infra-estruturas a fim de receber combustíveis fósseis de outros países. O responsável acrescentou que seriam também necessários entre 15 e 18 mil milhões de euros para fazer a transição dos combustíveis fósseis, sugerindo que a maior parte desse montante seja financiado pela UE.
Na segunda-feira, o alto representante da UE para os negócios estrangeiros, Josep Borrell afirmou: "Faremos o nosso melhor para desbloquear a situação".
"Não posso garantir que isso vá acontecer porque as posições são bastante fortes". Mas penso que se compreendermos a situação particular de alguns Estados-membros e todos nós fizermos um esforço para apresentar uma frente unida contra a Rússia, seremos bem sucedidos", acrescentou Josep Borrell.
Na quarta-feira a Comissão Europeia apresenta a iniciativa RePowerEU, um projeto muito aguardado sobre o financiamento da transição energética na UE.
Fontes da diplomacia europeia disseram à euronews que Orbán poderá arrastar as conversações sobre o embargo ao petróleo russo até que os líderes da UE se reúnam a 30 de Maio numa cimeira extraordinária de modo a encontrar “uma solução política e não técnica”.