300 mil milhões para cortar com dependência energética da Rússia

A invasão russa na Ucrânia colocou em evidência a necessidade dos Estados-membros de libertarem da dependência dos combustíveis fósseis russos
A invasão russa na Ucrânia colocou em evidência a necessidade dos Estados-membros de libertarem da dependência dos combustíveis fósseis russos Direitos de autor Sergei Chuzavkov/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.
De  Aida Sanchez Alonso
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Comissão Europeia mobilizou verba ao abrigo da iniciativa REPowerEU para apoiar investimentos e reformas essenciais de modo a desvincular o bloco comunitário dos combustíveis fósseis russos

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Bruxelas quer passar das palavras aos atos e acabar com a dependência dos combustíveis fósseis russos.

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, metas revistas do ambicioso plano REPower EU, admitindo que não será fácil até porque serão precisas reformas em massa e investimentos para os quais se prevê a mobilização de cerca de 300 mil milhões de euros.

"É fácil descrever as ambições da Europa em tornar-se independente do gás russo como uma ilusão ou até mesmo como uma receita para preços altos. Reconhecemos que desvincular a Europa do seu maior fornecedor de energia será difícil, mas os benefícios económicos de acabar com essa dependência serão muito maiores do que o custo de curto prazo do plano REPowerEU", sublinhou, em conferência de imprensa, a comissária europeia com a pasta da Energia, Kadri Simson.

O plano de ação da iniciativa REPower EU assenta em três pilares: diversificar fornecedores, poupar energia e acelerar a transição para as energias renováveis.

Os painéis solares, por exemplo, terão um papel-chave no processo. Serão vitais para aumentar para 45% a meta do consumo energético a partir energias renováveis até 2030.

Terão de ser obrigatoriamente instalados em edifícios comerciais e públicos até 2025 e em novos edifícios residenciais até 2029.

Para grandes projetos, como parques eólicos offshore, conta-se reduzir a burocracia, um obstáculo que tem impedido vários avanços como lembrou, em entrevista à Euronews Simone Tagliapietra, analista do think tank Bruegel: "a burocracia é um problema fundamental para a implantação de energia renovável na Europa. O licenciamento leva anos. Só para dar um exemplo, em alguns países europeus, obter as licenças para construir um parque eólico demora nove anos. O tempo de licenciamento para um parque solar é de seis anos."

Para poupar energia, a Comissão Europeia apela à colaboração dos cidadãos: reduzindo o aquecimento e recorrendo menos ao ar condicionado.

"Mesmo pequenos passos, se forem dados por 440 milhões de pessoas, têm um enorme efeito coletivo", ressalvou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, responsável pelo Pacto Ecológico Europeu.

Para diversificar os fornecedores, Bruxelas propôs um mecanismo de compra conjunta de energia entre os 27 Estados-membros de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e hidrogénio, por exemplo, evitando a concorrência entre países e garantindo melhores preços.

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