Bruxelas celebra Dia da Independência da Ucrânia, com a presidente da Comissão Europeia a prometer manter o apoio ao país no dia em que decorrem, exatamente, seis meses sobre a invasão pela Rússia.
O coração histórico de Bruxelas foi o palco para celebrar o Dia da Independência da Ucrânia, a 24 de agosto. O simbolismo da data é ainda maior porque decorrem, exactamente, seis meses sobre a invasão do país pela Rússia.
Junto da estátua de Maneken Pis, símbolo da Bélgica, vestido em honra da Ucrânia, o embaixador do país junto da União Europeia, Vsevolod Chentsov, fez o balanço da situação.
"Penso que foi um grande erro de cálculo da parte da Rússia pensar que a União Europeia (UE) é fraca, que é incapaz. A UE provou a sua capacidade para se manter unida e seguir em frente", referiu.
A UE tomou medidas sem precedentes para ajudar o governo de Kiev, incluindo:
- receber os refugiados
- prestar ajuda financeira e humanitária
- facilitar a aquisição de armas
- proibir os meios de comunicação russos
- punir a Rússia com sanções financeiras, bancárias e tecnológicas
- proibir as importações de petróleo russo a partir do final do ano
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esteve na cerimónia, na Grand Place, e enviou uma mensagem em vídeo aos ucranianos, prometendo manter o apoio: "Há muito a fazer, mas podemos fazê-lo juntos. A Europa está convosco hoje e a longo prazo. Viva a Ucrânia!".
A guerra da energia
Mas a importação de energia da Rússia continua a ser um ponto de divisão, quando vários Estados-membros se abeiram da recessão económica.
O regime do presidente russo Vladimir Putin joga com o aumento danflação, obrigando o bloco a repensar a estratégia futura na frente diplomática.
"Vemos que há um grupo de países que quer levar a Ucrânia à vitoria, e há outro grupo que quer a paz com a Rússia. Estes dois objetivos são diametralmente opostos", refere Bruno Lete, analista no centro de estudos German Marshall Fund of the United States.
"Se defendermos a vitória da Ucrânia, isso significa que tem de se derrotar a Rússia militarmente e esmagá-la economicamente. E não se pode fazer concessões ao regime de Moscovo. Mas se o objetivo for a paz, tem de se agir exatamente ao contrário e isso significa, pelo menos, forçar a Ucrânia a fazer concessões à Rússia", acrescentou, em entrevista a euronews.
Para este e outros analistas, uma grande viragem já foi operada na Europa com o fim da neutralidade de dois países, tendo a Suécia e da Finlândia decidido juntar-se a NATO.
Mas o futuro do bloco, a nível económico e de bem-estar social, dependerá, em grande medida, da relação com a Rússia, no longo prazo.