Expetativas de vítima dos atentados de Bruxelas sobre o julgamento

O julgamento deverá demorar oito meses
O julgamento deverá demorar oito meses Direitos de autor Olivier Matthys/The Associated Press
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De  Gregoire LoryIsabel Marques da Silva
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Expetativas de vítima dos atentados de Bruxelas sobre o julgamento. Expetativas de vítima dos atentados de Bruxelas sobre o julgamento. O Tribunal de Assizes, em Bruxelas, iniciou, esta segunda-feira, a audiencia preliminar sobre os ataques terroristas de Bruxelas, a 22 de março de 2016.

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O Tribunal de Assizes, em Bruxelas, iniciou, esta segunda-feira, a audiencia preliminar sobre os ataques terroristas de Bruxelas, a 22 de março de 2016, para recapitular os factos e definir procediementos técnicos.

Três terroristas suicidas fizeram-se explodir no aeroporto de Bruxelas-Zaventem e na estação de metro de Maelbeek, no chamado bairro europeu.

Pela morte de 32 pessoas e ferimentos em mais de 340, vão ser julgados dez homens: um terrorista que desistiu de se suicidar, Salah Abdeslam, e nove cúmplices (um deles terá, alegadamente, morrido na Síria e será julgado à revelia).

Salah Abdeslam, de 32 anos, era um dos membros destacados de uma célula terrorista do autodenominado Estado Islâmico, que levou a cabo, também, ataques em Paris (França), em novemrbo de 2015. Já está a cumprir prisão perpétua em Paris e não estará presente no julgamento.

"Não espero que os acusados se arrependam"

A euronews falou com Louis Vanardois, que perdeu a namorada no ataque no metro. A ilustradora sueca tinha trinta anos.

"Não espero que os acusados se arrependam. Vimos no julgamento dos ataques de Paris que eles não pareciam estar arrependidos, nao pretendiam pedir perdão, nem nada disso. Em todo o caso, se me pedissem perdão pessoalmente, penso que não o poderia conceder", disse.

Hospitalizado duas vezes devido a ataques de ansiedade, Louis Vanardois não pretende estar presente em todas as sessões do julgamento, temendo despertar traumas.

"Estou preocupado, só pela multidão que lá estará vai ser intimidante. E não sei como vou lidar, emocionalmente, com o facto de estar a ver as pessoas que fizeram parte destes atentados", acrescentou.

Apesar de ter muitas perguntas sobre o que a conteceu naquele 22 de Março, tem dúvidas sobre se poderá falar, diretamente, com os arguidos.

"Estou apreensivo, porque não sei como me vou relacionar com eles. Não sei se vou querer falar com eles pessoalmente ou se, pelo contrário, ficarei sem palavras, ou se a minha raiva estará sempre presente. Não sei. Talvez eu tenha medo que a minha raiva desapareça de repente ou que seja em demasia", referiu.

Há quase mil civis que são parte interessada e que pedem justiça no final de um julgamento que deverá decorrer ao longo de oito meses.

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