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Cinco países da UE pedem sanções contra diamantes russos e Gazprombank

A UE já suspendeu a exportação dos seus diamantes para a Rússia
A UE já suspendeu a exportação dos seus diamantes para a Rússia Direitos de autor LEFTERIS PITARAKIS/AP
Direitos de autor LEFTERIS PITARAKIS/AP
De  Jorge Liboreiro
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Cinco países da UE pedem sanções contra diamantes russos e Gazprombank. As sanções da UE têm de ser aprovadas por unanimidade dos 27 Estados-membros.

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Polónia, Irlanda. Lituânia, Letónia e Estónia pressionam para sanções da União Europeia (UE) contra a Gazprombank, uma entidade nos pagamentos de gás entre a Rússia e a UE.

Os cinco Estados-membros defendem que seja suspensa do sistema SWIFT na próxima série de sanções da UE, num documento obtido pela euronews. 

O novo pacote de sanções é a resposta à decisão do presidente Vladimir Putin de mobilizar cerca de 300 mil reservistas para o exército russo para a guerra na Ucrânia e de apoiar a organização de quatro referendos com vista à independência de territórios ocupados no leste e sul desse país que invadiu em fevereiro.

Desde que o Kremlin lançou a invasão da Ucrânia, o bloco impôs seis séries de sanções, juntamente com medidas complementares para afinar a sua eficácia e alargar o seu âmbito.

Uma vez que vários países da Europa Central e Oriental permanecem altamente dependentes do gás de gasoduto proveniente da Rússia, a Gazprombank tem sido até agora poupada da lista negra da SWIFT, uma omissão que os funcionários ucranianos têm criticado repetidamente.

Diamantes e a indústria de Antuérpia, na Bélgica

Os cinco países também defendem a proibição da importação de diamantes originários ou processados na Rússia.

A UE já suspendeu a exportação dos seus diamantes para a Rússia, numa tentativa de prejudicar a elite rica do país, mas a Rússia ainda está autorizada a enviar diamantes para o mercado do bloco.

Segundo o Centro Internacional de Comércio, as exportações de diamantes russos valeram 4,5 mil milhões de dólares em 2021.

O seu principal destino é a Bélgica, cujo centro diamantífero em Antuérpia domina o mercado internacional no corte e polimento do material precioso.

Durante os últimos meses, o governo belga tem estado sob escrutínio, no que diz respeito à sua oposição a uma maior restrição do comércio de diamantes com a Rússia.

"O comércio de diamantes em Antuérpia adaptou-se ao longo dos meses deste conflito e foram feitas escolhas", disse este mês o primeiro-ministro belga Alexander De Croo.

"Se analisarmos a situação atual e o volume do comércio com a Rússia em comparação com antes da guerra, estamos num mundo novo e estas são escolhas deliberadamente feitas em Antuérpia". De Croo observou "as sanções devem concentrar-se mais no agressor, do que em nós próprios".

Tecnologia e outros bens e serviços

O documento também propõe a proibição de as empresas da UE fornecerem qualquer tipo de serviço de seguros para o governo, agências e empresas russas. A medida prevê uma isenção se o risco segurado estiver localizado em território da UE ou se estiver relacionado com missões diplomáticas.

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Em matéria de tecnologia, os cinco países oferecem uma longa lista de produtos e serviços cujo comércio deve ser proibido ou fortemente restringido, tais como a exportação de smartphones, câmaras, projectores, lasers, aparelhos de rádio, lentes e prismas, bem como software informático, manutenção de hardware, serviços de web-hosting e sistemas de ciber-segurança.

O grupo propõe também uma proibição a nível da UE da utilização de tecnologia desenvolvida pela Kaspersky Lab, uma multinacional russa conhecida pelo seu antivírus mundialmente famoso.

Numa outra secção do documento conjunto, os cinco países propõem proibir a venda de bens imobiliários com sede na UE a qualquer cidadão, residente ou empresa russa - a menos que tenham o direito de residência permanente.

A Polónia, Irlanda, Estónia, Letónia e Lituânia sugerem também que a UE deveria alargar a sua definição do secor energético para impor restrições ao comércio de tecnologia nuclear.

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As sanções da UE têm de ser aprovadas por unanimidade dos 27 Estados-membros.

"Apoiamos as sanções mais fortes possíveis, mas estamos também conscientes de que a força reside na solidariedade e unanimidade", disse um diplomata de um dos cinco signatários. "Por isso vamos trabalhar nesse sentido".

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