Comissária europeia com a pasta dos Assuntos Internos manifestou-se em entrevista à Euronews e descreveu situação de vulnerabilidade
As infraestruturas críticas da União Europeia (UE) estão vulneráveis e precisam de mais proteção, de acordo com a comissária europeia com a pasta dos Assuntos Internos.
Em entrevista à Euronews, no rescaldo da alegada sabotagem dos gasodutos Nord Stream, Ylva Johansson disse que a guerra na Ucrânia também é uma grande ameaça para o bloco europeu.
Desde 2008 que a UE tem em vigor uma diretiva sobre as infraestruturas criticas. No início do ano, as instituições europeias chegaram a um acordo político sobre novas regras, mais abrangentes.
"Sabemos que estamos vulneráveis e é por isso que a Comissão Europeia propôs uma ambição muito maior na nova diretiva e os colegisladores também concordaram com isso. Por isso, estamos melhor preparados em matéria de legislação. Mas está claro que esta guerra e esta ameaça visam também a União Europeia. Temos de estar cientes disso e preparar-nos", sublinhou Ylva Johansson.
A diretiva atualizada sobre as infraestruturas críticas vai abranger 11 áreas de risco: riscos naturais, ataques terroristas, ameaças internas e sabotagem, mas também emergências de saúde pública, como a recente pandemia de COVID-19, por exemplo.
As novas regras entrarão em vigor em 2024, mas da Comissão Europeia ouvem-se pedidos para os Estados-membros anteciparem a aplicação.
"Na nova legislação, abrangemos 11 áreas diferentes. A anterior abrangia apenas duas áreas. Temos uma ambição muito maior no tipo de proteção e também há a possibilidade de os Estados-membros terem penalizações para entidades que não cumpram a legislação. Assim, estaremos muito melhor preparados. E mesmo que não seja necessária a implementação antes de 2024, é sempre possível a implementação imediata. E é assim que vou argumentar com os Estados-Membros", acrescentou Johansson.
A legislação também dá ênfase à cibersegurança.
No novo sistema, os Estados-membros e os operadores serão obrigados a verificar regularmente os sistemas de infraestrutura crítica e corrigir quaisquer problemas.