UE adiciona mais 15 nomes à lista de alvos de sanções no Irão

Josep Borrell, alto comissário para a Política Externa e de Segurança da UE
Josep Borrell, alto comissário para a Política Externa e de Segurança da UE Direitos de autor John Thys/(c) Pool AFP/AP
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De  Christopher PitchersIsabel Marques da Silva
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Entretanto, os governos dos 27 Estados-membros estão, também, a considerar agir contra o Irão no que toca à alegada entrega à Rússia de drones armadilhados com bombas para ataques na Ucrânia.

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A União Europeia adicionou mais 15 nomes à lista de alvos de sanções no Irão: 11 individualidades e quatro organizações. Em causa estão as graves violações dos direitos humanos no âmbito da morte da jovem iraniana, Mahsa Amini, por alegado uso irregular do véu, e a repressão das manifestações que se lhe seguiram.

Entre aqueles que têm os bens na UE congelados e ficam proibidos de viajar para o bloco estão a Polícia Moral do Irão e duas das suas figuras-chave: Mohammad Rostami e Hajahmad Mirzaei. Além disso, a UE integrou na lista as Forças de Aplicação da Lei iranianas (LEF), bem como alguns dos seus chefes locais pelo seu papel na repressão brutal dos protestos.  O ministro iraniano das Tecnologias de Informação e Comunicação, Issa Zarepour, também consta agora da lista, pela sua responsabilidade no encerramento da Internet.

Os cidadãos e empresas da UE estão proibidos de disponibilizar fundos para os indivíduos e entidades constantes da lista. O regime de sanções inclui também uma proibição de exportação para o Irão de equipamento que possa ser utilizado para a repressão interna e de equipamento de controlo das telecomunicações.

"Estas sanções são uma medida bem-vinda no sentido em que responsabilizam, até certo ponto, os autores destas horríveis violações dos direitos humanos, especialmente no contexto do Irão, onde o poder judicial não é independente. Portanto, os responsáveis por matar e torturar manifestantes e transeuntes nunca são responsabilizados", disse, à euronews, Raha Bahreini, advogado e investigador iraniano na Amnistia Internacional.

No entanto, considera que as sanções são insuficientes, porque "dada a gravidade dos crimes cometidos no Irão e as exigências radicais que estão a ser expressas pelos manifestantes, é muito importante que a comunidade internacional vá para além de sanções e de declarações sem peso, como o simples apelo a refrear o uso da força ou conduzir investigações", acrescentou.

O caso dos drones armadilhados

Entretanto, os governos dos 27 Estados-membros estão, também, a considerar agir contra o Irão no que toca à alegada entrega à Rússia de drones armadilhados com bombas para ataques na Ucrânia. A Ucrânia tem mencionado vários ataques russos utilizando drones de fabrico iraniano nas últimas semanas, mas o Irão nega tais fornecimentos.

"Estamos a acompanhar de muito perto esta utilização dos drones armadilhados, estamos a recolher provas e estaremos prontos a reagir com as ferramentas que estão à nossa disposição", disse Josep Borrell, alto comissário para a Política Externa e de Segurança da UE, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

A questão surge num momento extremamente tenso das relações iranianas com o Ocidente. A UE continua empenhada em salvar o acordo para impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irão, mas o processo continua congelado.

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