A presidente da Comissão Europeia sublinhou que a UE tem dado uma contribuição justa, numa entrevista à euronews, durante a COP27.
Um novo fundo para pagar compensações por perdas e danos devido a catástrofes climáticas nos países menos desenvolvidos é um dos temas centrais na COP27, a conferência sobre as alterações climáticas que está a decorrer no Egito.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que é preciso enfrentar esse desafio e obter mais verbas para a política climática, numa entrevista à euronews.
"É um tópico importante e estou satisfeita que tenha sido incluído na agenda da COP27, o que nunca tinha acontecido. É importante reunirmo-nos para definir o que poderá ser esse fundo, analisando qual é o financiamento que está disponível. Não estou a falar do fundo de 100 mil milhões de euros anuais, que existe para o financiamento de outras medidas ligadas ao clima. A União Europeia contribuiu com uma quota-parte justa de 23 mil milhões de euros. Agora falo de outros fundos que teremos de analisar".
Questionada sobre se um novo imposto para as empresas de energia, que têm obtido lucros recorde, pode ser a solução para obter mais fundos, a presidente da Comissão Europeia realçou que "a UE produziu nova legislação para que os lucros excessivos que têm tido as empresas produtoras de energia sejam usados para apoiar famílias e empresas vulneráveis".
"É uma abordagem direcionada e é absolutamente a coisa certa a fazer. Penso que é uma contribuição, na atual crise, que as empresas produtoras de energia podem dar", acrescentou.
Em relação às críticas dos países mais pobres sobre os países mais ricos não partilharem as novas tecnologias, tais como os carros eléctricos ou novas baterias, Ursula von der Leyen deu o exempçlo de um dos três acordos já estabelecidos na COP27.
"É um ponto muito importante. Um exemplo que dou é o acordo com o Cazaquistão, sobre as energias renováveis ao nível do hidrogénio, mas também das baterias. Levamos investimento público e privado para essa região e o Cazaquistão pode desenvolver a sua propria cadeia de valor. Cabe-lhes também decidir a escala do projeto e se querem exportar", explicou.