Ministros europeus da energia rejeitam proposta da Comissão Europeia quanto ao limite máximo para o preço do gás
Discussão acalorada e opiniões muito divergentes foram algumas das palavras utilizadas para descrever a reunião de ministros europeus da energia realizada esta quinta-feira em Bruxelas e que terminou sem um acordo.
No centro do conflito está o limite de preço para o gás de 275 euros/MwH proposto pela Comissão Europeia.
O limite de preço máximo é tão alto que nem mesmo em agosto passado, quando os preços do gás bateram recordes na Europa, este mecanismo teria sido activado no passado.
Para a maioria dos estados membros, isto não é aceitável.
"O mecanismo tem três problemas graves: concepção, preço e condições. Por outras palavras, os três elementos centrais estão mal pensados. Parece ter sido concebido precisamente para nunca ser aplicado, e isto parece-nos ser uma piada de mau gosto por parte da Comissão", denuncia Teresa Ribera, vice-presidente de Espanha e ministra da Transição Ecológica.
Um grupo reduzido de países, liderado pela Alemanha e os Países Baixos, não quer intervir no mercado ao mesmo tempo que estão preocupados com o impacto no abastecimento de gás na Europa.
"A proposta que está agora em cima da mesa relativamente ao mecanismo de mercado é deficiente. Existe um grande risco de prejudicar a segurança do aprovisionamento energético e também a estabilidade do mercado financeiro. Por isso, também sou muito crítico em relação a esta proposta de um ponto de vista diferente do de alguns dos meus colegas", afirma Rob Jetten, Ministro do Clima e da Política Energética dos Países Baixos.
As divergências afectaram também duas outras legislações cruciais que deveriam ser adoptadas esta quinta-feira, a saber, o mecanismo comum de compra de gás e o mecanismo de solidariedade entre os estados-membros.
Apesar de terem sido acordados informalmente, alguns estados-membros não querem dar luz verde a não ser que venha acompanhado por um novo limite de preço para o gás.