Cimeira da UE debate teto para preço do gás e apoios à indústria

Access to the comments Comentários
De  Isabel Marques da Silva  & Ana Lázaro
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, modera os trabalhos da última cimeira da UE do ano
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, modera os trabalhos da última cimeira da UE do ano   -  Direitos de autor  Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved

Controlar os custos da energia está de novo no topo da agenda dos líderes da União Europeia (UE) para a última cimeira do ano, quinta-feira, em Bruxelas. Mas há pouca esperança de que cheguem a acordo sobre o valor de um teto máximo para o preço do gás.

Os chefes de Estado e de Governo devem, ainda, decidir quando ativar esse mecanismo excecional e por quanto tempo, para não desregular demasiado o mercado energético.

"É necessário enviar um sinal muito claro aos mercados, mas também à Rússia, de que não aceitaremos que usem o gás como arma para prejudicar os nossos cidadãos e empresas", disse Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia, à chegada ao Conselho Europeu.

Outro tema em debate é a resposta à nova legislação dos EUA para subsidiar a transição energética, sobretudo na tecnologia para automóveis não poluentes e para aumentar a captação de fontes renováveis, tais como o sol e o vento.

Atualmente, não há uma resposta comum e vemos, demasiadas vezes, que cada país tenta criar uma estratégia por conta própria. Parece um jogo para ver quem é que tem mais dinheiro no bolso para gastar.
Alexander de Croo
Primeiro-ministro, Bélgica

A Comissão Europeia propõe criar um fundo comum para ajudar o setor industrial a ser mais competitivo, apoiado por alguns países.

"Penso que na Europa corremos o risco de entrar numa via de desindustrailização. Atualmente, não há uma resposta comum e vemos, demasiadas vezes, que cada país tenta criar uma estratégia por conta própria. Parece um jogo para ver quem é que tem mais dinheiro no bolso para gastar. Alguns países podem pensar que têm os bolsos mais cheios mas, dentro de alguns meses, estaremos todos sem meios", afirmou  Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica.

Polónia poderá criar tensão

O facto da Polónia estar a dificultar a aprovação de mais apoio financeiro para a Ucrânia e de uma taxa mínima de 15% de IRC para as multinacionais, pode criar tensão.

"É óbvio que a Rússia está a chantagear-nos todos os dias, mas se aqui começarmos a chantagear-nos uns aos outros, isto não é de todo bom para a União Europeia", disse Gitanas Nauseda, presidente da Lituânia.

A cimeira vai, ainda, abordar o novo pacote de sanções contra Rússia e espera-se que seja aprovado o pedido da Bósnia-Herzegovina para obter o estatudo de candidato a membro da União Europeia.