A euronews entrevistou Sam van der Staak, director para a Europa do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, uma organização intergovernamental sediada em Estocolmo.
Pouco antes de uma viagem à China, na próxima semana, a presente da Comisão Europeia, Ursula von der Leyen, foi muito dura sobre as recentes ações do governo de Pequim.
Num discurso muito crítico, raramente visto na diplomacia internacional, a líder do executivo europeu atacou a China pela sua posição de apoio tácito ao presidente russo, Vladimir Putin, na guerra na Ucrânia, por violar direitos humanos na China e por fazer retaliação económica contra países que não partilham o ponto de vista do governo de Pequim.
No entanto, a União Europeia deverá manter o diálogo aberto com a China, sendo mais audaciosa na defesa dos valores democráticos.
Esta posição encaixa bem na segunda Cimeira para a Democracia, que o presidente dos EUA, Joe Biden, promoveu, esta semana.
Biden prometeu milhares de milhões de dólares para financiar os esforços de promoção da democracia em todo o mundo, algo ao qual o governo chinês reagiu com desdém.
O presidente francês, Emmanuel Macron, viajará com Von der Leyen para a China e, durante essa cimeira, expressou dúvidas sobre se a atual arquitetura geopolítica global está à altura dos desafios que se avizinham.
"Precisamos absolutamente de instituições fortes e legítimas. Acredito que devemos repensar juntos, coletivamente, democraticamente, as nossas instituições internacionais, para que elas possam enfrentar os desafios atuais". disse Macron.
A luta pela democracia é uma luta global, mas terá a Europa feito o suficiente para ser um farol democrático para o mundo? A euronews entrevistou Sam van der Staak, diretor para a Europa do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, uma organização intergovernamental sediada em Estocolmo.
"A democracia tem um problema de credibilidade, neste momento. Muita gente sente que a democracia não está a cumprir o que promete. As pessoas têm de ver, diariamente, que há uma razão para ir votar e que a sentem o impacto nos seus bolsos. A questão é que, naturalmente, os populistas de toda a Europa abusaram desse sentimento para atacar as instituições democráticas e traduzi-lo na sensação de que são os elitistas que estão a governar o país", explicou o analista.
(Veja a entrevista na íntegra n o vídeo)