Blinken: ação unilateral da China sobre Taiwan atingiria "literalmente todos os países do mundo”

Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esteve em Bruxelas
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esteve em Bruxelas Direitos de autor Olivier Matthys/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Jorge Liboreiro & Pedro Sacadura
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Secretário de Estado dos EUA manifestou-se sobre o assunto em entrevista à Euronews

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Qualquer tentativa da China mudar à força o status quo com Taiwan atingiria "literalmente todos os países do mundo”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em entrevista à Euronews, deixando, ao mesmo tempo, claro Washington não procura um confronto direto com a China.

O governo chinês considera Taiwan uma província separatista e prometeu reunir a ilha democrática com o continente, uma meta que os países ocidentais interpretam como uma linguagem codificada para uma possível intervenção militar em grande escala em algum momento no futuro.

Esses receios aumentaram drasticamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que causou uma evidente deterioração nas relações entre a China e o Ocidente.

À Euronews, Antony Blinken partilhou a ansiedade pessoal e alertou sobre as consequências de longo alcance e extremamente prejudiciais se a China fizer um movimento unilateral contra Taiwan.

"Ouvi isto em conversas com muitos dos nossos aliados da NATO, bem como com parceiros na Ásia: existe a preocupação de que, se houvesse uma crise resultante das ações da China sobre Taiwan, isso teria repercussões para literalmente todos os países do mundo”, sublinhou Blinken.

"50% do tráfego comercial global passa pelo Estreito de Taiwan todos os dias. 70% dos semicondutores de que precisamos para os nossos smartphones, as nossas máquinas de lavar louça, os nossos carros são fabricados em Taiwan", continuou.

“Se houvesse algum tipo de crise resultante de algo que a China fez, isso teria efeitos terrivelmente perturbadores na economia global, e é por isso que os países em mundo esperam que todos se comportem e ajam com responsabilidade.”

Apesar das crescentes tensões entre as duas superpotências, Blinken insistiu que Washington está determinado a administrar as relações com Pequim com "responsabilidade" e que não alteraria a política de longa data de “Uma Só China", que reconhece a República Popular da China como o único governo legítimo da China.

"Fomos muito claros que não queremos e não procuramos um conflito. (...) Queremos preservar a paz, a estabilidade e criar oportunidades", disse Blinken.

"No que diz respeito a Taiwan, a nossa política tem sido consistente há décadas. Quaisquer diferenças entre a China continental e Taiwan têm de ser resolvidas pacificamente. Nenhum dos lados deve fazer nada para interromper o status quo, nem tomar nenhuma ação unilateral que faça isso."

Blinken observou que todos os países têm relações "complicadas e muito consequentes" com a China e defendeu uma estratégia de "eliminação de riscos" em vez de descolamento (decoupling), uma abordagem que também foi expressa por vários líderes europeus.

"Sim, estamos a concorrer. Não há nada de errado com a competição, desde que seja justa", disse ele. "Mas queremos ter certeza de que essa competição não se transforma em conflito."

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